Why to Choose RedHood?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


1º Ato: O som do silêncio é uma mistura de tudo que é existente e indefinido, o adjetivo da língua seria infinito.

[corta a cena de tudo para nada, abre o ângulo]

S-A-U-D-A-D-E

Saudade dói demais e eu acho que fazia tempo que não sentia, a saudade que eu digo é a imortal, a gente mata algumas em pequenas doses todos os dias, têm outras que são difíceis de conviver, porque saná-las é praticamente impossível. E o jeito é brincar com elas.
Bate, rebate, quica, mas nunca cai ou para, simplesmente continua como elétron, sem definição de lugar.

É um sentimento de querer um abraço abstrato daqueles que a gente nem percebe o quanto é bom até saber que não o tem e nunca o terá, porque o abraço que você vai sentir já será outro, com outras potencialidades.
Saudade é algo que tem tanto nome que fica difícil escolher um esfericamente completo, saudade é coisa de nossa língua, de nosso povo, coisa do meu coração, coisa minha, que fico em plena madrugada esperando por palavras que estejam simbolicamente bem representadas.

Saudades é lágrima presa, é nó na garganta, é dedos em movimentos agoniados, é lábios ressecados e umedecidos. Sabe o que é saudade? Porque eu não sei! Porque saudade se sente - E como se sente! - de sente de uma forma doída - E dói, só digo isso! - no meu auge de sado-masoquismo não quero isso não!
Mas saudade me dignifica, me mostra quanto mais leal eu sou e quão mais amo os meus. Saudade é o meu nome, saudade é o meu sangue, meu conteúdo mais denso. Saudade sou eu em uma forma inteligível, uma forma inenarrável.

Fecha as cortinas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Audrey tinha cabelos loiros e ondulados, de estatura média, pés sujos de terra, corpo normal, olhos normais, espírito incomum. Ad crescera em um cercado que se chama mundo, e o mundo a ensinou de forma silenciosa e nada didática como fazer arte da mais pura, da mais popular, daquela que os estudos mais teóricos não absorvem em estruturas categóricas.
Audrey tinha uma mãe, um pai, um irmão, um cachorro e um mundo bem comum, do tipo que todo mundo quer, mas por ser tão comum é difícil de achar. No cercado de gente por todo canto, a complexidade se tornou banal e o simples se perde por entre dissipações indagadas.
Audrey ao contrário de todas as outras meninas de sua idade não brincava de boneca, nem procurava por namorados, ou príncipes... Ad era do tipo que procurava apenas formas diferentes, procurava as mais diferentes formas de sentir, de ver sentimentos, de ver manifestações sentidas, redundantemente ela sempre sentia, porque a menina sentia duplamente o que todos sentiam uma única vez, mas ela sentia tudo em cor diferente, textura diferente, num cheiro meio doce e salgado, um cheiro que nunca era meio termo.
Mas ela gostava mesmo era de entrar no campo de girassóis, em um campo que era seu naturalmente. Audrey andava, ela corria, ela gostava de sentir o bater acelerado do tambor que tinha no peito, era intensamente música, era tão mais que isso, era locomotiva desesperada, era fluxo natural.
E era nessa terra onde girassóis cresciam de forma uniforme que Audrey vivia em câmera lenta sempre olhando para trás.

sábado, 27 de novembro de 2010

A cidade onde os carros falavam(...)




Bernardo, descobriu dia desses, que era um menino extremamente sensível, um menino de coração tão exposto que não valia à pena cobrí-lo.
Andou por calçadões pensando na utopia do mundo, mas Bernardo era tão mínimo para pensar em tudo aquilo. E mesmo com essa condição ele ia lá e pensava sempre mais do que todos os outros, porque Bernardo sabia que pensar não pesava, a falta de tal ato é que doía.
Bernando era tão absurdamente sensível que até aquele estranho, que emoção algum esboçara, lhe fez sentir pena, ele parecia tão sozinho, ali, naquela parada de condução.
Mas Bernardo pensava em tudo, não especificamente no amor. Porém tudo é amor, todos vivemos nele de alguma forma. A dor é que não era boa, o peito nunca é lugar agradável para algo do tipo.
O menino moreno de cabelos em curtos cachos sabia que não estava sozinho, ele tinha tantos amigos que o suportariam se um daqueles pilares pensados quebrasse. Mas mesmo assim Bernardo seguia inseguro e afetado pelo inconstante funcionamento dos carros.
Na cidade de carros falantes e pessoas caladas Bernardo andou até se perder em pensamentos que o afogavam numa triste comédia humana.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"The scars of your love remind me of us
They keep me thinking that we almost had it all
The scars of your love they leave me breathless
I can’t help feeling
We could have had it all
Rolling in the deep
You had my heart and soul
And you played it
To the beat"

Saudade é um sentimento que não tem nome, é algo tão mais profundo, mais sangrento que a carne que nos constitui. Ela consegue ser o misto de corpo e alma, o misto entre o "eu" e o "você". Na verdade ela é o que nós somos, quando somos apenas um só. É quando fechamos portas atrás de nós mesmos e seguimos numa rua de clima frio e meu fios de cabelo percorrem o ar de uma forma tão comum - uma fotografia em preto & branco peça chave de uma ensaio de extremo conceito.
O sangue que escorre em meu corpo é o mais vermelho que pode jorrar do meus mais puro e íntimo ego. O ritmo de tudo se liga nas batidas do meu peito e nas notas perfeitas que saem da minha boca. Chegar até aqui e contar tudo que vivi seria maravilhoso, uma pena que não exista ninguém numa cadeira com uma xícara de café perguntando como foi o meu dia.
Descanso meus pés no meu tapete desgastado, a calça eu faço questão de não tirar, a blusa já despida, o suspiro incômodo de cansaço, o sorriso inexistente de alguém incomodado. Não se sentir bem em sua própria pele é coisa dos inquietos - sim e eu sou um perdido no milhares de tantos, formando um mosaico abstrato, pintado e pensado em milimétricos desenhos de azulejo quebrado.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Even brighter than the moon(...)

O menino sabia que estava muito perto, muito perto de alcançar vários objetivos. Objetivos que eles nem sequer almejava, mas sabia que eram necessários. Objetivos como os que estavam inerentes à liberdade do seu próprio ser. E com aquilo deixaria formas e adjetivos para tras, olhos caídos e tristes, pescoço esguio e frágil, coração trêmulo e inseguro. Sairia da sensação de estar numa bolha de plástico, onde tentava se sustentar em pé, mas sempre caia. Ele agora iria pisar em chão firme, em chão de verdade, não naquela imensidão de água que ele era rodeado na época de bolha.
O fato de pisar em terra, de sentir algo menos fluido, foi de longe uma das melhores sensações do moço sorridente que ele se descobriu, e pra fechar o início de uma linda história ele disse: Vamos embora coração, agora é hora de viver!

A partir dali eu nem soube mais sobre aquele garoto, mas me disseram dia desses que ele estava vivendo em uma casinha de nuvens, muito mas muito feliz, um sorridente como ele desde então ousou ser.
:)

sábado, 30 de outubro de 2010

Pocket Full of Sunshine





"I got a pocket, got a pocket full of sunshine (...)
(...) Do what you want, but you're never gonna break me"
(Natasha Bendingfield)



Era uma espaço... um pequeno espaço, um espaço aconchegante, de paredes estofadas de vermelho, os panos brincavam de dançar de acordo com as pegadas deixadas pelo vento fino que preenchia o espaço, sempre um pequeno espaço. Mas isso era apenas ilustração, era alegoria, o que de fato importava eram as duas cabeças encostadas uma na outra, quase fundidas, onde os soluços eram ouvidos bem de pertinho, as lágrimas eram lamentos de um amor perdido, de um amor frutífero não cultivado, foi amor e não o era mais. Eles precisavam daquele momento. Eles precisavam resolver aquilo, e essa foi a forma que eles encontraram de sanar todos os desencontros da vida quase amorosa, o amor foi vivido de uma forma tão cheia de olhar, porém olhar apenas não basta, tocar é importante, sentir é importante, viver o amor em dilatação é essencial.
Mas eles nem chegaram a tentar, compreenderam que deveria ser apenas isso. Os corações estavam em estados diferentes vivendo uma mesma coisa. A vitrine parecia invisível a quem passava na rua, aquilo era tão particular que se fazia tão curioso, mas ninguém viu. As mãos circulavam a cabeça um do outro, elas nunca pareceram tão próximas, e de fato nunca estiveram, os cabelos nunca foram tão brilhosos e macios, com o leve cheiro de eucalipto e camomila.
E para terminar tudo, o choro não acabava... eles respiraram fundo e souberam que estavam unidos por aquele momento que foi a concretização de uma coisa abstrata que os deixara mais consistentes, eles se conheceriam apenas pelo olhar. Um olhar que não deixou dor para tras, apenas arrependimento de não terem se perdido na intensa força que existia nas pupilas escuras e claras que se condensavam num ser cada mais sem definição.

"There's this places that I go nnd nobody know
Where this river flow and I call it home

And there's no more lies in the darkness, there's light
And nobody cries there's only butterflies"

Mas eles sorriram depois de um tempo, todos sorriem. Todos aprendem, mais cedo ou mais tarde eles aprendem a sorrir(...)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sim, eu fiz um ritual para começar a escrever um post que não tem nada de uma busca poética, ele é por sinal pura carne, acho que puro sentimento, de uma forma bem escrachada, mal formatado e, certamente, cheio de erros. Mas bem o meu jeito interior de ser.
Foi um lampejo de bem-estar ver, sentir, chamar e tocar e foi a partir de tudo isso que eu percebi que eu cai no conto do vigário que eu contei a mim mesmo, um conto onde em mim não existia romantismo, utopia, nem ilusão e como eu fui bobo, porque o castelo de cartas marcadas foi derrubado de uma forma brusca.
Ah quero deixar claro a quem leia, que não gostaria de comentar acerca desse post outra vez, você pode até chegar e comentar que leu esse texto, mas não me peça explicações isso já é demais para mim, até eu mesmo tenho meus tabus, e eu quero isso bem esquecido e marcado nessa página, não se preocupe depois que eu escrever isso nem eu mesmo vou ler novamente, aqui é uma conversa e uma resolução de questão minha comigo mesmo.
Eu preciso lembrar que ser inesquecível não se faz em uma noite, em uma conversa, nem simplesmente por conversas onde o pensar pode ser feita de forma tão demorada. Eu tenho que lembrar que eu me deixo muito de lado para que possam viver algo melhor , todos os outros. Mas mesmo assim eu sou temporariamente feliz. Mas que tem felicidade permanente não é verdade? Acho que eu preciso um tanto dos outros para conseguir decidir coisas comigo mesmo.
Enfim, eu só queria que tudo estivesse mais perto do fim, e eu vi que hoje o começo do fim pode ter sido lançado e eu tenho certeza eu a partir de agora vou ser mais apaixonado pela vida que eu tenho, e mais seguro de quem sou e de onde estou. Mas eu desejo que a sorte esteja sempre por aqui, para que assim a gente possa arriscar tão mais.

sábado, 16 de outubro de 2010

"So call me , when you fall in love
So I can get on with my life"
(Call Me - Kelly Clarkson)

Compreender o quanto é sozinho, o rapaz compreende, isso é tão presente quanto o verbo recorrente. Mas mesmo assim ele não se liberta de tantas correntes presas às suas asas de Hermes. Mas perceba! Ele ali calado, seguindo em frente ao lado de tantos outros; e calado! Faz parte de todo o processo estar isolado, por momentos ínfimos que sejam.
Mas ele decide que quer tão mais, quer segurar mãos, sentar e ter entre suas pernas alguém deitado em seu colo. Mas nem tudo se resumo a amor no show dele. Ou melhor, tudo é amor, agora amor não se resume apenas a uma pessoa. O importante é que ele acha amor em toda pessoa, em toda brecha de sorriso que abre, escura, mas iluminada por algum ponto perto dali. Talvez esse ponto sejam seus olhos tão mais escuros que qualquer outra coisa.
Ele sempre lembra como diz a famosa frase de um escritor francês "l'essentiel est invisible pour les yeux". E como é! Ele procura isso dentro de si e dentro dos outros, fato que ele procura mais dentro de si, ele sabe que tem uma mina ali, prestes a explodir e mostrar muito mais que escombros.
Mas é difícil aquilo, ele é tão mais que ele mesmo. E onde para essa análise cíclica e desmedida? Ele sabe que ela não tem fim, ele pode mudar de peles tantas vezes ainda, e vai! Mas ele só não esquece que aquilo tudo tem que acabar no mesmo tempo e ritmo que a música que começou lá em cima.
Mas ele prossegue, tenha certeza, ele prossegue até você perdê-lo de vista quando ele dobrar aquela esquina ali de parede amarela e pegar a primeira condução que o leve para lá.

domingo, 5 de setembro de 2010

O tempo anda bastante dilatado e isso não tem nada a ver com o meu humor. Meu raciocínio não se mostra em um tempo verbal específico, ele não me coordena de forma regente, ele flui de forma caudalosa, sutil e perceptível.

Eu procuro uma disciplina que pareço ter, mas que nunca se perdeu, porque jamais existiu, a única coisa que de fato me faz pensar sobre a vida é um você único e pluralizado, do tipo que não se deixa jamais ausentar. Eu é que procuro me ausentar dessa lembrança que, cada vez menos, me faz lembrar do seu nariz, seus olhos, seus cabelos, ou qualquer outra coisa ordinária sua.

Trabalhado com escudo, arco e espada em bainha eu saio procurando os meus dragões/moinhos de vento e talvez isso faça da minha vida uma curiosa comédia espanhola, peninsularmente estranha.

O que haverá além daquele pano branco que se ergue logo ali na frente? Ele que se faz de uma composição de branco com um forte holofote que se põe atrás, dando um efeito de ofuscar olhos curiosos como os meus, mas ainda assim olhos. Olhos de pensamentos com sentidos.

E é um filtro em preto e branco, talvez sépia que me faz erguer o corpo, correr por ruas comuns e antigas; pedindo por liberdade a um exilado que se vê tão distante de sua pena, de sua folha, de seu coração, do pulsar que se faz comum a cada novo instante. E é dificil demais rasgar a pele e mostrar as vísceras e como é mais difícil mostrar isso com sentido, com clareza. Talvez a reunião de adjetivos tenha se tornado insuficiente, e cabe a mim aprender advérbios, sujeitos, objetos. E, talvez, ainda seja insuficiente. O melhor mesmo é seguir e criar minha própria gramática, uma que se faz apenas nos momentos mais inconsistentes e incompreensíveis, porque fazer sentido é uma questão de tempo, uma questão de olhar, uma questão de respirar. Uma questão de essencialidade.

sábado, 4 de setembro de 2010



A chuva gotejava de maneira inconstante do lado de fora, aquela vidraça embassada pelo frio refletia o que ela pensava de forma tão uniforme. Ela que agora estava com os restos do que acontecera naquela noite de festa - um amor estranho picotado e espalhado pela sala. Moça de traços tão finos, de flor no cabelo de grossa textura, de um liso escuro. Ela era naquele dia tão diferente do que fora a princípio.
Lembrava-se bem do dia em que olhou tudo ao redor, guardou no peito todos os sinais de uma vida que tivera: o cuidado materno sobre si, da sua infância sob uma mangueira e de seus infantis e consistentes questionamentos de porque o "A" era uma letra tão gorda e maternal? Porque o "S" era tão dançante? Mas por vezes se manifestava tão triste, era como se fosse oprimido pelo "Q" que estava logo ali atrás.
Indo ao litoral para encontrar o sorriso do mar e suas Nereidas, achara ali um vento que contara historinhas de arrancar sorriso, encontrara um lobo infantil, fofo, curioso por conhecimento, encontrara um marinheiro que fez seu peito bater tão forte, mas que a água levou-o tão longe e para sempre.
E agora estava numa sala fria, na capital, no corpo sinuoso que tomou espaço de uma moça que vestira vestidinho de chita com quadriculados grosseiros, mas possuidores de doçura e de amor. Mas de sua cabeça não saia a festa da noite anterior, uma festa de amor intempestivo(...) Festa daquelas que a perturbava, a suspendia no ar, a retorcia de dor e a fazia cair no chão quase sem vida; levantava-se de cabelo bagunçado, olhos caídos e se constituia de novo na estrutura humana que estava acostumada a ser.
Ela sibilara inaudivelmente que "não era esse seu objetivo" (...) E certamente não o era, não existia nada de movimento, apenas a chuva que teimava em cair, a menina sentada numa cadeira, olhando o vazio que não dizia nada, pensara aquilo tudo e nem se deu conta de que havia raciocinado tantos pontos prolixos de uma emaranhado cheio de remendos. Uma colcha que mantinha para seu próprio equilíbrio fios soltos.
Esperar a Lua vir com suas lantejoulas era o que poderia fazer. Essa era a necessidade que ela tinha de desfazer-se naquela história que se apagou de forma tão bela e surgira assim tão monótona, em fortes batidas esperava o colapso do peito - esse peito deveria logo era parar!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010




Jamais se esquecera em finas notas soltas,
sonhadoramente tecidas e humanamente sorridas, como algo tão intenso...
até aquela moça se deitar em panos púrpuras fluidos.

Levantou-se cigana e sorrateira de sono perdido, olhos pretos borrados,
boca vermelha manchada, sorriso desinibido e escancarado, verdades escondidas por entre os braços postos como arco - poesia louca - insensante, fulgás, respirada,transpirada, perdida e compacta em barro seco de um grande sertão que transbordara (ecoa) dentro dela.
Era uma como nenhuma outra brasileira.

sábado, 14 de agosto de 2010

Ela se esgueirava sutilmente pela esquina, levantava o queixo mostrando o batom vermelho sangue & o sinal expressivo feito com lápis, um pouco do cabelo firmemente penteado de cor tão preta. Ela olhava com gosto por entre o movimento, os carros de classe passavam e ela os escolhia de forma tão fria. De repente parava em sua frente um cavalheiro distinto de sorriso estranho, ela logo entra em seu carro, ele como quem sabe o caminho a leva com toda a sua pose imperial, sem palavra alguma a ser dita.
Até que chegam em suas quatro paredes, ela como uma verdadeira profissional se movimenta de forma geniosa, o público aflito se delicia com a performance - de fato "uma grande" - sentir o prazer nos olhos é cumprir seu objetivo.
Ela como fina seda se derrama de forma enlouquecida na cama, cansada de toda a revira volta, despiu-se de seu personagem, fizera o show, deixara o homem aflito, satisfeito, aliviado(...) Ela agora dormiria, se perderia em sonho onde ao menos poderia sorri... sendo de fato Helena.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

É complicado explicar a relação estranha que eu possuo com o mar, com o vento, com a vegetação, enfim, com os objetos místicos que fazem parte do meu mundo particular, um mundo raramente expresso em meu cotidiano(...) Mas o expresso com grande força em tudo que escrevo, ou me atrevo a escrever. Eles se manifestam em cada erro que eu tenho; dentro das imperfeições eles se encaixam cada vez melhor.
Me é demasiado estranho, como me sinto Brasileiro, mesmo gostando de coisas que o mundo insiste em indicar como globalizado, me sinto tão marrom, me sinto tão verde, me sinto BEM amarelo, eu me sinto vividamente colorido, coisa que só um Brasileiro tem. Né verdade, bicho?!
E sim, é por me sentir assim que eu me encaro normal, mais inserido dentro de um universo do qual nunca gostarei de sair, mas de um universo que eu quero me despregar para conhecer quantos mundos ainda existe além dele.
[pausa para acalmar o susto que essas coisas digitais pregam na gente]
Eu acredito que esse texto está se tornando um autoretrato, mas todos são, sempre vão ter vida própria e em contra-peso terão um pouco da racionalidade e passionalidade do canal-escritor que o faz, e neste aqui há bastante de mim, uma parte muito boa e quase desconhecida do grande público, talvez ele se torne menos poético por isso, por ter esse caráter autobiográfico, mas ele não deixa de ser intenso.
Eu já fui tantos Antônios, Joãos, Josés, Marias, Júlias(...) Já fui um, dois, três(...) Apaixonado e apaixonante, sou sempre o determinante e determinado que passa um bom tempo ao traçar linhas tentando, como sempre, fazer sentido.
E isso é bom! A cada dia eu vejo isso aqui com mais seriedade e, certamente, é por isso que cobro tanto de algo que escrevo, medo de digitar coisas superficiais como já fiz, com as quais depois não me reconheço. É nesse momento que eu sinto aquele medo que me sumiu há tempos onde eu me entrego de corpo&alma e principalmente braços e escrevo coisas erradas sobre mim.
Eu dentro de quatro paredes com uma brecha ali no meio me sinto tão livre e vou trabalhando em cima desse assunto, o de mostrar mais organicidade, fazer menos sentido, ou quem sabe fazê-lo mais, quem sabe eu seja tão esfíngico que só eu mesmo me entenda ou entenda isso que eu digo que sou.
Eu só tenho certeza de uma coisa meu caro companheiro! Esses elementos místicos bambam por entre rodas e rodas de fino, clássico, popular e barrento samba.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pôs os pés grossos na areia molhada, o vento batia e dançava com a fina seda que compunha seu calção de marinheiro. Ele olhava pro horizonte, o que diziam ser um (...) A ideia vaga surgia em sua mente e não a perdia por alguns segundos, agarrava-se a ela como a sua própria criação. Ele a criara, ela o dominara, o constituíra e depois retornava para o nada, aonde nunca pertenceu.
O sol poente, laranja de amarelo claro e fraco nas extremidades deixava aquela fotografia mais suave e mais elegante. Aquilo era apenas uma despedida de algo que estava à sua frente. Claro sentiria saudade de todos os outros caminhos, as outras sensações, os outros bordões, os outros risos, as outras lágrimas, as outras pessoas, os outros... outros que não viveu. Mas sentiu-se cada vez mais seguro em não olhar para trás. Aquilo tudo estivera sempre compactado em uma imensidão dentro de si.

Seguiu em frente(...)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pensamentos de um ex-adolescente

Sinto que os fios dos meus cabelos tornam-se mais espessos a cada tempo que passa. Os cachos já não se fazem com tanto vigor. É necessária essa repetição em escritos, ao menos nestes, para se fazer mais claro.
Olhar-se no espelho esperando uma projeção é algo um tanto cruel, mas que faz bem ao Narciso que corre em minhas veias. Cobrir-se de pura seda em nuvem é cada vez melhor, e o frio suplica o aconchego como diria a música. Eu suplico de mansinho e em silêncio, como não gritar? Logo eu não gritar, é um exercício contínuo e árduo, mas depois de tudo engrandecedor.
A noite junto minhas mãozinhas e faço orações ao que chamo de Deus, peço os melhores resultados, é assim que concretizo minhas alegrias, penso em seres longínquos, os próximos prefiro que fiquem ao meu lado na cama.




segunda-feira, 17 de maio de 2010

Antônio acordava todas as manhãs com uma serenidade tão estrangeira, com a qual ele habituara-se a conviver nos primeiros minutos de seu dia. Livre de todas as frustrações, aquela estranha sensação mostrava-se, genuinamente, seu Eu de forma mais óbvia.
Ele sentia-se vivo, dinâmico, orgânico. As explosões de cores psicodélicas e leves como algodão-doce desenhavam-se em suas formas mais discretas, mas ainda o era, ou melhor, o era em sua forma mais humana.

Mas com o passar do tempo Antônio aparecia de forma inconstante, outro. Um tanto mais agoniado, agonia de coisas rotineiras, o que fazia com que todos os adjetivos sumissem de forma sublimada. Antônio era tantos durante um dia que ninguém conseguia apreendê-lo e talvez por isso fosse tão incompreendido, mas ele decidira um mês antes de seu aniversário que seria alguém de traços mais suaves. E ele trabalhou duro em cima daquele projeto, até perder todas as feições mais auto-relevo que houvera em si.

[esperando que Antônio continue na essência, mesmo com a mudança de pele]

"Just to get me some place, where all the scars on my heart"
(Alive - Leona Lewis)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cachinho de lobo.

Eu desejo desenhar a organicidade. Atenuar suas cores de pop art, quero mais construtivismo. Almejo um fio solto, indicador de boa textura, uma pele lisa, apontamento de seda inocente. Procuro fazer sentido, de uma forma enxuta, limpa, clara, concisa e, esteticamente, aceitável.
Isso é o que faço comigo mesmo, exigência particular, eu em primeiro, em tal caso não há segundas intenções ou terceiros envolvidos. É "desabafo meu...Eventualmente, quero é sorrir sozinho em neve, registrado em fotografia".
Descaradamente, me encaro como meu maior perigo. Alimento-me todos os dias, bem cedinho, de um veneno de doce engano. Cabe aqui o desejo por um bandolim! Questionamentos voam por entre plamas desfeitos - "porque um bandolim?" - A resposta é: Porque bandolim soa bem (visualizo uma imagem) ... Eu em terra minha, quente de sangue pulsante e um bandolim.
Diferenciadamente meu inho nunca quis ser piloto de avião, nem bombeiro, nem médico, nem professor, nem advogado; quis ser veterinário, ator, desenhista, artista plástico, sempre cineasta; é publicitário.
...Talvez por querer enganar - se com os próprios sonhos... talvez!
Não sei porque gosto de lobo, de vento, de lua, de chuva de Virgem de Guadalupe, da latinidade que corre em mim. Trabalho duro para ser comedido, jamais triste. Preservo minha paz, a meninez de mim. Preso por uma ideia corrida, preso pelo único em um texto, mas nunca o tenho, nunca!
Gosto de dormir no meu frio particular, vivo com todo mundo, pretendo ser alguém que eu perdi no início de mim e não consigo encontrar no futuro.
Eu só quero. Quero tanto!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Hey baby! Esse rock and blues se estende por entre nossas coversas bobas, tão desinteressantes até para nós mesmos, que é estranho ver, de vez em quando, risos banais saindo de nossas dentaduras irregulares, a minha mais que a sua.
E o divã sem analista e paciente se desenha entre nós, como se fosse um símbolo, signo, significante e significado, simplesmente desabafo.

"Ei senta aí, que eu não gosto de ninguém de pé, enquanto estou sentado!"

E te digo aquele segredinho infantil e adocicado 'eu gosto quando você gosta de mim, e gosto ainda mais quando essa minha voz sai rouca susurrando as palavras de que gosto de você quando você gosta de mim'. Repetitivo, sim! Mas verdadeiro em cada letra.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

rascunhos eletrônicos.!.


e
le queria muito mostrar a essência lavada, cristalina, limpa tal qual era. soltou um gemido tímido para não fazê-lo. aquela mistura de Narciso e Aquiles, únicas grandes palavras entre tantas, lhe tomara noites. dias. sonos. sonhos. ar. lhe tomara tudo. até não lhe restar mais nada, apenas aquela caixinha com a alma presa em um abafado úmido a se espernear.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ando esquecendo pelo meio do pensamento as coisas sem sentido que tinha para escrever, isso faz com o que o texto jamais se complete, na minha cabeça agora só vem a Dona Maria ali encostada na sua meia porta, olhando para o meio da rua onde passa o seu Zé em sua bicilceta enferrujada em partes vermelha.

Muda, muda e muda. isso sempre muda, e muda incompleto trazendo pregado partes de outro.

os suspiros só em sonhos, o sorriso de viver na parte clímax de uma história monótona que não segue folhetim.

Meu Deus, meu Deus o que escrevo aqui que nem eu mesmo consigo compreender.?. eu só escrevo! Escrevo em mil raios, escrevo em trinta orlas, escrevo em sessenta e cinco rastros.

E finda o que não faz sentido e tu se assusta com a desconexão das coisas quando cai em si.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Ela vê aquela torre erguida ali no alto, ela é firme no topo, tremida na base, ela é observada em cada detalhe pelos seus olhos ávidos de esquecer qualquer beijo intenso.
Ele simplesmente olha aqueles ornamentos azuis, em uma textura vermelha, bastante quente. Aquela textura é textura feita por tecido cardíaco, definitivamente!

Aquele rapaz, olha cada rosto presente, eles são tão iguais e ele manifesta compaixão, por outros eles manifesta desprezo, mas são poucos, a grande parte é bem indiferente.
Ele sai daquela sala, enxerga o mundo se estender em mil anos luz, se estender em frequentes buzinas, em frequentes luzes que se esvaziam no fundo daquela noite, surpreendente, inçosa, de um pano de fundo escuro e qualquer... ordinário para ser mais preciso.

Ele coloca a mochila nas costas, protege o peito com as alças, segura-as firme, parte com seus olhos mudos, parte com o coração cheio de consistência, ele parte sempre, sempre partindo, essa é sua sina. A menina de fios claros corre atrás, mas sem conseguir alcançá-lo... se perderam na linha de partida... esperando se encontrarem numa linha de chagada... ou num ponto inóspito no meio das catástrofes hilárias que fazem da vida bem mais vivente.

domingo, 7 de março de 2010

"Da janela vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo!"
(Maria Rita - Corcovado)

O fato é que eu ia começar esse texto de outra forma, mas isso era outro texto não esse. Esse que se desenha em curvas sinuosas e misteriosas se faz litorâneo, aquela sol incidindo na ótica da lente, fazendo aparecer circulozinhos de tamanho gradativo. Isso é Copacabana, é Corcovado... é o menino redentor, o homem que olha às vezes a cidade perdida no meio de tanto cimento.

Isso é técnica de colagem ou algo parecido, porque o mesmo texto e não outro se vê em um apartamento, pés no azulejo frio, isso me lembra um texto de um amigo no nosso último ano de colégio, mas nem lembro mais o que ele escreveu, só sei que a professora adorou aquele detalhista e eu em mim guardei isso e o expresso agora, acho que quatro anos me fez maturar aquilo dentro de mim e o tornar algo próprio sem qualquer intertextualidade.

E aquele barraquinho ali ao lado como se vê?! A tv de 14 polegadas se faz interessante, imagens turvas, mal sinal, tudo faz menos sentido no meio daquele calor que todos na comunidade agradecem todos os dias por sentir.

E o menino de braços abertos, de olhos fechados e sorriso arreganhado vibra pelo que sobrou do céu.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ele chegara em casa cansado de mais um dia que parecera não terminar, e de fato ainda não havia terminado, viu os filhos pequenos na mesa, viu a mulher concentrada com uma tigela na mão, ela fazia movimentos circulares que, por vezes, se irregularizava, simplesmente pela presença de uma massa mais endurecida que havia no fundo do recipiente.
Ele, moreno, texta oleosa, suado por conta dos dias árduos, correu para o banheiro, tomou um banho, tentou esfriar a ebulição de pensamentos que passavam pela cabeça, construir aquele quebra-cabeça era difícil, 200 , 300, 428 peças e por aí ia aumentando.
Depois da alma lavada, caminhou para seu quarto, procurou na gaveta a roupa mais íntima, nela se sentia na sua própria pele, voltou ao ambiente da sala, os pequenos agora assistiam atentamente às imagens invasoras que saiam da caixa mágica, a mulher ao pé do fogão terminava a janta, ele a cumprimentou com um beijo leve, não menos desejoso. Sentou no sofá pegou a filha no colo e perguntou como havia sido o dia, a menina tropeçava nas palavras de um português próprio.

(a menina)
Ela criara suas próprias regras gramaticais. Ela criara seu próprio mundo de amigas e bonecas, de princesas, principes e castelos, ás vezes costumava ir ao quintal sentir a terra úmida, saía do seu humilde castelo, lar, e corria para lá ao encontro do "bosque", coisinhas de toda sorte.
Logo ao anoitecer, voltava para casa, encontrava o irmão encostado no batente, menino de olhinhos redondinhos, meio que pedintes, ela se agustiava sempre que o via ali no batente, cabecinha apoiada na parede, ele olhava o nada.
Ela passava por ele, mas nada dizia, limpava seus pés de fada no tapete e seguia para dentro, quando o pai chegava era hora de narrar seu dia encatado.

(o menino)
Camiseta simples, short marrom que a avó fizera para ele, uma japonesa no pé, assim ele prosseguia aquela curta vida que trilhava, ele sonhava tanto quanto a irmã, mas de um jeito mais preciso, mais silencioso, mas comedido.
Sentava-se no batente que dava para o quintal e via a irmã, um ano mais velha, brincar e imperar por entre tudo, ele olhava o infinito de uma maneira esfíngica, o infinito apaixonara-se por ele na primeira vez que o viu, aqueles olhos negros, brilhantes, cílios grandes, sorriso de meia boca, fazia dele alguém desafiador, alguém que se deseja compreender.
Esperava a irmã entrar em casa, e logo em seguida, ia junto, passava pela mãe, tocava levemente o seu vestido simples de azul quadriculado e recebia um sorriso doce da genitora.
Olhava o pai e a irmã conversarem de forma pessoal, e ele observava - calar-se era preciso naquele momento... ao menos para ele.

Da mulher!
Da mulher, só se diz neste papel que ela amou todos como ninguém jamais o fez, ela trabalhou, suou, brincou, observou, se fez desvendar, sorriu e foi... foi feliz.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"Stop Crying your heartout"
(Leona Lewis)

Ser menino em tempo de sol quente é um tanto complicado, é querer sorrir sem sentir o vento que bate na soleira depois de um olhar estranho naquele horizonte embaçado de calor.
Querer prosseguir em passos firmes, tendo levantado com tanta força, querer olhar o céu de azul com pontas roxas em uma noite sem estrelas é desapontamento.

O menino volta ao homem e olha o céu, e o rapaz diz: Meu deus eu quero ser feliz, só agora ... nesse momento! Por favor...
Ele espreme seus pequenos olhos, mas Deus parece não o escutar, ele segue em frente naquele coletivo lotado esperando o dobrar da página se fazer doce, mais suave, mais sorrido, mais suspirado.

(e conseguiu chorar)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"But why do I feel this party's over?"
(P!nk - Sober)

Perceba que para se estar salvo você precisa bem mais que uma atitude autêntica você precisa de segurança que nem sempre se encontrará irmanada a outra ali naquele cantinho expressivo. Perceba que se fazer linear dificulta tudo, nem em círculos se roda, para alguns isso seria mais fácil, não para mim, as coisas sempre estão embralhadas, fortemente encarrilhadas, vem tudo em enlinhado, como se aquela dor estomacal ligasse todo o tronco em prol de um encolhimento numa cama.
Eu decido dormir para esquecer o embrigamento, esquecer os dicernimentos, esquecer os desentimentos, esquecer de todos. Mas em sonhos de texturas fotográficas aquilo se mostra, eu vivo estranhamente, a não ser por aqueles pontos que mancham pessoas estranhas e expressivas ali no centro.
Cansado de esperar, cansado de ultrapassar, cansado de tentar falar e me fazer entender.

Enquanto descanso me esfero, fecho os olhos e digo - passa passa!"

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Para minha querida Tais, menina de lilás vivaz.

Nós dois ali sentados na varandinha de uma casa alheia a mim, mas só nossa.
Olhando pessoas passarem, pessoas de cores diversas, pessoas de corações diversos, batimentos descompaçados, 65, 86, 94, 125, aquele ali estava correndo para não perder o ônibus, ele tinha uma cor tão azul.

Nós dois ali juntinhos, marido e mulher, casos paralelos, eterna brincadeira. Você pergunta formato e cores de tantos, eu respondo "sinestesicamente" os adjetivos de poucos. Permanecemos naquela existência infinita que nos foi dada de bom grado, pensando sem linearidade.

E eu caio em mim, e começo a me questionar sobre a sua visão de ver, sua visão de tocar, sua visão de paladar, sua visão de impressionar! E eu sou que cor? Meu sorisso tem que sabor, minha voz tem que cheiro?

Eu giro em um pano fino, caindo brilhos molhados no ar. Chego ao chão, toco sua mão e sorrio para ti, aqui está minha pequena, letrinhas coloridas para uma pessoa de voz muda, sorriso lilás, vida fugás.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pequenas impressões de várias melodias

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Bate, rebate, vibra, vibrila. A moça dançarina apoiando-se em um pé só desfaz todos os nós de uma vida cheia de calos.
Entra nessa quadrilha de cordas bambas, vibrações frenéticas, graves e agudas...desesperada, milimetricamente perfeita.
Um fandago trágico.

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Caneta se põe à mesa, vida cigana se enlaça e se dissipa, desesperado suspirar se anuncia... Viver em silêncio é dolorido.
Falar de si poder ser indigno, imundo, injusto, parcial, alheio... sexual.
Calar a si pode ser perigoso, desejoso, racional, pessoal... amor próprio.
Movimentos calados em noites aturdidas de prazer inebriante - vontade cartomante de explorar.

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Isso é tango? Sim dos mais perdidos.
Sorriso esganecido, palavras sem sentido.
Movimento de um braço, moça de cor translúcida, cabelo grosso e castanho, vestido azul, descrição às avessas, foco embaçado.
Ponto final.
Cansaço suprimido.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Estar numa praia e querer tanto aquela conversa franca, com vento batendo no cabelo e brisa embaçando o grande óculos de sol, era apenas devaneio. O chapéu... já voara para longe a um bom tempo, voara desde aquela primeira brisa forte que perpassou nossas faces antes mesmo do primeiro pensamento chegar a ser expresso.
Aquele copo com coca pela metade, convidativo com um gelo perdido e uma rodela de limão sem charme, alegorizava aquele clima colorido, cores fortes, densidade e leveza no mesmo panorama.

- Nunca foi fácil! Você me disse.

Eu pensei por dois segundo e disse:

- Mas também nunca foi tão difícil, difícil na escala que meu peito explode em pedaços todas as manhãs ao acordar e em vinte quatro horas se junta, se cicatriza e me mostra que a dor alma-física é apenas uma maneira de mostrar que isso se consumou. Você sabe que eu nunca fui um lutador! Mas sabe que eu também nunca fui de dizer palavras inteiras, leia-me pelas meias palavras que solto.

A conversa terminara ali, sabíamos que não precisávamos de nada mais. Selei aquele fim com um beijo doce, eterno, acre, lacrimoso... querido!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que eu quero para um ano novo?

Bem, eu acredito que eu quero muito, mas esse muito se dissolve em pontes e mais pontes de pensamentos esfumaçados de um cinza quase imperceptível.
Acho que quero amar sem propósito, des-pro-po-si-ta-da-men-te mesmo, sabe?! Com essas sílabas separadas, como que saboreando o gosto de cada uma, a primeira ali meio indolor até pegar o ritmo do doce que some pelas beiradas da língua percorrendo todo o sentido para pontinha da língua vermelha e pulsante que fará sentir aquele salgado peculiar.
Acredito que quero amigos nos quais possa pensar quando tiver uma briga feia em casa e depois ir para a casa deles, quero amigos leais, quero amigos fiéis, quero amigos honestos, quero amigos afetuosos, quero amigos sorridentes, quero amigos com os quais eu vá para a praia cinco da manhã e a gente ria disso com o peito saudoso daqui a 17 anos. Não os quero como fantasmas do meu passado mais alegórico.
Quero muito meus seriados melancólicos e os mais divertidos, lágrimas e sorrisos mesclados, o sabão em pó de minh'alma. Quero meus dias ininteruptos de cinema pela tarde, sozinhos ou não eu os quero.
Quero músicas que me deixem abobalhado e que me façam pensar sobre o que realmente importa, quero momentos que me façam avaliar quem eu sou e que me façam decidir que um segundo após aquele suspiro eu serei um novo rapaz, e depois de um suspiro mais leve eu decido voltar e me reestabelecer, desistir de alguém espalhafatoso é meio difícil para mim.
Quero comida das mais diversas. Engordar seria uma boa. Deixar o cabelo crescer, tá! Essa foi uma péssima ideia.
Quero coisas novas, quero guardar as velhas com carinho de coração.
Quero dormir com aquela luz do poste da rua adentrando a persiana do meu quarto me fazendo sentir mais seguro para o sono que já chega.
Quero dinheiro, sou honesto desde sempre e esse ano eu passei a virada com uma blusa amarela, desejando dinheiro, todos os outros anos pedi saúde, paz, etc etc, devo estar com saúde positiva agora quero abandonar a balança de dinheiro negativa e partir para o lucro.
Quero ser feliz. Quero sorrir. Quero chorar. Quero chorar, sorrir, ser feliz. Quero querer ardorosamente.

Quero sempre poder pensar nesse mar que eu mesmo construo e turbulo. Quero escrever, com compromisso ou não, com o desejo de uma forma perfeita ou não.

Eu quero de tudo que sempre mudará de um ano para o outro.

:)

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