"Abre os teus armários eu estou a te esperar
para ver deitar o sol sobre os teus braços castos..."
(Casa Pré-Fabricada - Maria Rita)
para ver deitar o sol sobre os teus braços castos..."
(Casa Pré-Fabricada - Maria Rita)
Ele pensava o quão bom era estar em sua companhia, olhá-la e ser correspondido ( ser olhado, inspecionado em todas as suas formas mais humanas).
Achava engraçado e louco que a situação com ela era sempre diferente, o tempo sempre mais torto e largo, Ele era mais comedido, soando quase uma antipatia clássica, uma chatice imposta e absorvida sem reclamações, engano dela era um plano dele, sempre.
Ela, enquanto isso, ouvia o oco dentro de si, é... tava tudo certinho, orgânico e enfim. Vislumbrava e estudava minunciosamente um mundo azul-cristalino de aves claras e sem forma que se abria em mil planos.
Ela se sentia com asas, voaria por onde quisesse, se via num amor tão livre, onde, por ela, ele seria de quem bem entendesse, essa concepção de amor lhe era nova, e assim, mais válida e saudável.
Eles, numa vida folhetinesca que a cada capítulo de vida tinha um mesmo enredo... ou não, saíram cada um pra um lado fazendo tudo e um pouco mais, repartindo pessoas em cubos verdes, em formas diversas , em cores ousadas... em qualidades insanas e desconexas.
Engano nosso que lia isso pensando que era apenas um casal, eram pessoas andando em coletivos, deitadas em gramas, se olhando em filas de espera, casais espalhados pela cidade sem fim, vendo um pôr de sol que nascia do outro lado do mundo.