Why to Choose RedHood?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Eu não sou forte, como imaginava ser.
Eu náo sou super - herói, mas tenho o mesmo ponto fraco, que é o terrível músculo que se expande, se comprime e se esconde por debaixo de pele , fibras e ligamentos, enfim!
Eu não sou o soldadinho de chumbo, que manca com uma perna e tem o amor da bailarina.
Eu não sou o gato de botas que com sua esperteza, vence na vida por si e pelo seu dono.
Eu não sou João que marca seu caminho com pães, que os passarinhos comeram, mas certamente encontrei uma bruxa que queira me devorar.
Eu não sou nenhum príncipe que beije uma bela adormecida e ela acorde, eu sou um menino de dramas reais que pelo contrário quer fazê-las dormir ao beijá-las.
Não sou um sapo esperando um beijo, apesar de pular inúmeras vezes a procura da atenção de alguma moça linda que esteja por aí.
Não sou nenhum homem santo, mas certamente morro e ressucito todos os dias, ao acordar e antes de dormir.
Eu não sou a Fera, que tem o coração amargo.

Eu não sou uma porção de coisas, pessoas, seres.

Mas certamente sou um Peter Pan, que alimenta uma vontade irresistível de não ser gente grande.

Nunca mais Terra,
Até quando der Terra do Nunca...

sábado, 29 de novembro de 2008

Das Cartas a Mais íntima!

Resolvi escrever para mim mesma tudo que conclui , mas do qual por instantes ainda tenho dúvidas e as matenho em outros momentos adormecidas para ceder lugar a uma certeza estranha que me dar segurança e menos dor.

Dor, palavra muito forte , faz com que me sinta fraca, e isso é algo que não quero ser e de fato não sou, me desespero com a idéia de poder amargar com os baques que a vida quer me dar... porém procuro pular todas as rasteiras sem me deixar cair... apesar de as vezes quando distraída me derrubam do tripé... ou bipé.

Mas logo levanto como algum arranhão, mas não corro com lágrimas nos olhos pedindo socorro à mamãe, ela já tem problemas demais para se preocupar com mais uma ferida que logo sara.

Eu sou assim, meio dispersa, meio livre , um tanto presa ao chão, mas as vezes me permito, quando estou sozinha, voar por lugares que nunca vi que minha imaginação trapaceira me mostra como que estivesse pregando peças e surpresas em alguém que não a comanda, certamente!

Sei lá o pra quê dessa carta, a mais íntima, mas é fato que ela é escrita por mim neste momento que não faz sentido , mas mania da gente sempre procurar o pra quê e o por quê de tudo, as vezes a gente tem que deixar levar, isso serve para você Antônia.

Sim, Antônia sou eu , mas para quê se apresentar e explicar quem é Antônia se essa carta é escrita para mim e por mim? Lá vem eu de novo com essa de "pra quês"!

Estou enrolando demais gastanto a caneta do caderno de português e a folha que no final do ano fará falta no meu caderno.

Enfim, deixarei o desfecho para outra hora e revisarei, em outro momento, essa carta que logo logo vai embora , mamãe está me chamando agora , como sempre para me pedir algo que eu irei resmungar e mesmo assim farei a contragosto.

Beijos e tchau!

*as vezes é bom brincar de não ter compromisso*

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

♫ Mi canto no es más que un mal intento
De alejarte un instante de mi pensamiento ♫


Bolou entre pensamentos profundos e olhar vago , escuro , perdido, cego...
As distâncias diante de tais proximidades tornavam-se necessárias e não queria quebrar-se para depois se juntar por qualquer chão com folhas misturadas a si ...

tentou ter movimentos leves , como que num desenho inexpressivo , no qual só ele participava de sua dor e ternura, de se perder dentro de si, mesmo para achar quem verdadeiramente é ...

seus cachos loiros , perdidos com a idade e ondulados pelos pentes , se recolhiam como se acoar o máximo possível fosse o melhor a fazer ... o músculo se comprimia como que numa latência que fosse explodir num big-bang... mas não explodiria, por enquanto!

entre panos vermelhos e areias brancas deitou-se, sentiu o vento que falava ao seu ouvido coisas numa língua que não compreendia, numa língua suave, numa língua que lhe causava sono , numa língua de vento.

portanto, respirou profundamente e começou seu discurso:

"As coisas se perderam dentro de minha compreensão , essa sensação de inutilidade de mudez não me faz bem , portanto jogo as roupas fora, as cartas foras , esse jogo fora...

a minha pessoa está fora de tudo que envolva entrar por inteiro e sair em pedaços...

entrar em águas desconhecidas , negras , de bichos que me absorvem e me fazem mal , de uma pessoa que me traiu ao me deixar só!

de me deixar sangrar até explodir a última bolha de sangue que tinha dentro de mim...

portanto, sumo assim como cheguei e você permaneça aí onde estava e ficou.

[o silêncio fala por mim nesta noite, onde o batuque no peito me faz viver]"


♫ Veja bem além, destes fatos vis
Saiba: traições, são bem mais sutis ♫

domingo, 9 de novembro de 2008

As vezes me vem uma vontade teimosa de escrever...
Eu continuo escrevendo as palavras até elas terem sentido!

Eu falo sobre santos , rosários, orações...
Falo sobre escrever , angústias e felicidades...
Falo sobre mim , outros, de nada e de tudo...

Falo de segredos e os falo também, basta perceber por trás de que pedra eles se escondem.
Falo de visceralidade, de entrega, de fechar os olhos e no instante seguinte abrí-los e ver o velho um tanto mais novo, ver as antíteses que sem disfarce riem em nossa face como se fôssemos idiotas o suficiente para não compreendermos o que significa tudo aquilo ... e na verdade não compreendemos.

Falo do menino em sinais que com movimentos frenéticos faz malabares em troca de um metal sujo dado por quem nem sequer o vê , mas eu o vejo e nem sequer dou-lhes um metal daqueles , eu me sinto imundo para no instante seguinte não pensar mais nele e nem em como poderia ajudar aquele menino invisível/existente que ficou lá no sinal.

Eu gosto de falar de momentos que vivi por vidas.
Do meu interesse por algo que vivi e que sequer lembro.
Das minhas mentiras mais verdadeiras. Conclusão cruel: Até falando a verdade eu minto!


*Entende?

"Tambores bateram , um bolero começou e ele continuou ali, um bicho acoado , suas falas sumiram , chegaram ao outro porém escutadas não foram ...
Enquanto sujeito, jamais se acostumara a tantas irregularidades de cada indivíduo, não há vagas para choro, nem vela ... Mas para calúnias ?!
Pensou em rezar , mas era tarde demais...
Pensou em se reinventar , dessa vez melhor do que o que seria ... mas não pior do que já foi...
Silenciou... falou palavras indecifráveis... incoscientes ...
Um banjo soava ao longe ...
Levantou , ficou azul ... e sumiu."

mEus retalhos , minha Colcha

sábado, 8 de novembro de 2008

- E você, porque desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei ás pétalas o mais que pude sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

- Ah. Porque sou tímida.

(Rita Apoena)

*Esse início de noite me deixou um tanto que poético...
Apesar de eu falar um tanto mais ... Eu penso mais ainda , e infelizmente eu não consigo verbalizar tudo que desejo...
Quero esgotar as minhas conversas diárias e hoje isso foi um tanto inútil o que me deixou angustiado , quero conversas longuíssimas , onde as pessoas não tenham seus assuntos e pessoas paralelas...Nem eu tenha os meus

Lindo texto!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

♫ He drowns in his dreams
An exquisite extreme I know
He's as damned as he seems
More Heaven than a heart could hold ♫

Ele veio implacável como sempre.
Bagunçou toda a casa arrancando poucas lágrimas e muitas verdades.
E aquele Belo Desastre se formou!
Começou com palavras ásperas que foram amortecidas com uma calma que não esperava ter...
Tentou ajeitar o abajour do canto, porém ele já estava quebrado, demasiado tarde.
E tudo sucumbiu com um franzir de sobrancelhas e olhos e um apertar de boca que soou como um simples?: Que pena!
Merecia muito mais! Sim não se surpreendam merecia mais.
Preteriu os seus aos dos outros ...
Atropelou a si e concluiu que não se dissolve dois grupos antagônicos de uma mesma história.
Naqueles dias desleais... O melhor sempre foi se preservar!
Perdeu-se por ser tão dos outros... O seus dois minutos a sós, veio numa tarde nem quente nem fria... Um tanto dolorida!
Não queria sair dali com integridade, consciência, raridade, poesia... Apenas Bem... não seria pedir demais!
Forjou um escudo sem a espada, não queria correr o risco de naquele divino desastre se ferir ao perfurar quem quer que fosse.
Tomadas decisões necessárias e feito racionamentos, decidiu prender o pé ao solo ao menos até conseguir sair da vida real que estava vivendo.
Quis tanto gritar pela mãe, como quando criança, por estar preso em algo, mas certamente já era forte o suficiente para se recuperar de uma batalha que se travava com o mundo alheio.
Mas para que cadeados e correntes, esses são facilmente quebrados, os impactos mais fortes não são vistos... são desferidos e sentidos!
Permaneceu ali naquela tarde, não era mais aquele menino de cachinhos na cabeça que olhava sem pedir nada... Agora queria tudo.

♫ But he's so beautiful
He's such a beautiful disaster
And if I could hold on
Through the tears and the laughter
Would it be beautiful
Or just a beautiful disaster ♫

Obs.: O mundo não é perfeito nem tão menos as pessoas e isso me dar uma vontade irresistível de não desistir de ambos.

Aos...
Aos meus que magoei, decepcionei ou ao menos chateei...
Aos dos outros que privilegiei...
Aos meus por não escutarem meus pedidos de socorro...
Aos estranhos que me intimaram a conversas agradáveis em uma noite , um tanto fria...

À Pandora que me arrancou os melhoras sorrisos...


Enfim, a mim que não me deixo amargar...
Que o azedo escorra pelos olhos,
Mas que não permaneça no peito.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Estava cansado de sua verdade ser estruturada por "quases"... Mas o que ele fazia para ela deixa de ser uma quase vida ? Tudo ou nada ?

Meio termo seria um quase tudo ou um quase nada ...

Andou, olhando e passando o pé calçado de all star pelo meio fio de uma calçada que era ornamentada por um poste daqueles do início do século XX que dava todo um glamour francês ao local... ao menos àquela esquina sozinha , ele a habitava e a sua solidão se confundia com a do ambiente , quase que de faroeste...

Estava transitando entre tempos ... Tempos que vive , e que não viveu ...

Que coisa cinematográfica , viu que sua quase história , ou pensamento daria um bom drama , daqueles de chorar no final...

Cansou do quase , mas não partia para a ousadia... era tímido demais para tal insanidade...

Olhou para o poste de luz apagada ainda , afastou - se dele e de súbito pegou impulso e rodopiou segurado nele ... sentiu - se leve , ao menos dois segundos ou três , pisou no chão , pesou tudo novamente ...

Sentou no meio fio , encostou a cabeça na barra de metal e sentiu o sol quente na face , precisava de calor ... precisava transpirar ... esquentou-se como um réptil , elevou seus pensamentos metabólicos e partiu entre calçadas e vidraças da galeria.

Analisou o que ele amava fazer e o que não gostava de fazer ... o que dava-lhe prazer o que não lhe proporcionava tal sensação ... Naquilo tomava seu veneno monótono em doses homeopáticas, amargando a vida de um quase feliz ...


PS.:À Mariana e Gabih , que me deram possibilidades de vê-las ao menos em uma fração
de tempo no msn...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

[Olha pro monitor e ver sua introdução]
13h13min da tarde...
Sol entrando pela persiana da janela, mostrando a poeira quase que imperceptível presente na lente dos óculos velho, mas único que o faz enxergar as coisas prosaicas e necessárias...

[Noite anterior]
Depois da carga poética que recebeu dos “possíveis amantes” de Caio Fernando Abreu, ele ficou analisando Caio, se é que isso é possível... Analisou Clarice, mas já o tentara fazer a muito tempo atrás, inutilmente pensou...
Pensou na quantidade de coisas lidas por aqueles, na quantidade de coisas lidas por ele que aqueles sequer sabiam que existiam... O que seria mais valioso então...
Tentou não pesar riqueza, escrever naquele momento lhe bastava, escrever sem emoções, mão fria, pesada e cabeça mais pesada pensando nos estudos não concluídos, sequer começados...

[início]
Às 13h13min da tarde pensou em três pessoas costumava fazer isso quando os números se repetiam, porém só uma era a que ele queria, na verdade mentira para o pobre coração queria as três, mas uma florescia borboletas no seu estômago, ou poderia estar enganado quanto a isso.

[durante]
Ele estava confuso querendo escrever horas e não palavras, pessoas e não palavras... no final tudo é palavra pensou , secamente e pouco disposto em pensar outra coisa...

[antes, depois e agora]
Comprou cartões para pessoas queridas , mas pensou se os daria , preferiu guardar como prova de consideração que tinha por aquelas três, mas lembrou de seu discurso da tarde que o que vale é o que fica guardado na alma...
Pensou na quantidade de pessoas que levaria no bolso, bolsos cheios... bolsos ricos ... Talvez tais pessoas nem soubessem que eram tão importantes assim ... Mas as eram e não era euforia ele sabia que não... ou melhor sabia que sim ... que era verdadeiro e gratuito as sensações de bem-estar que tinha perto daquelas ...

[desfecho do que continua solto]
Saindo para procurar algo de prosaico e produtivo naquilo que não gostava de fazer mas era necessário no momento, esperando ligações ficou , as esperava , mas não as queria... esperando uma oportunidade boba para fugir de tudo e viver uma história fantasiada a tempos mas que ainda perdura ...

PS: Não tem mais o que entender disso aqui ... é o óbvio não procure poesia , não procure prosaicismo , nem descrição ... leia se estiver disposto de sair vazio ou cheio como entrou...

sábado, 20 de setembro de 2008

Venenos, gritos e palavras soltas no ar bateram no azulejo branco e se dissiparam, suavemente, como se não tivessem importância alguma.

E como se quase que, imperceptivelmente, seus lábios moveram-se e desenharam palavras surdas: Eu que não o amo mais... As palavras reticenciaram e nada mais se compreendeu.

Baixou a cabeça e pôs-se a escrever novamente, uma carta que mofaria no fundo da gaveta e ela só a leria quando realmente fosse jogar fora.

Ela era um peso sem emoções naquele momento, ao menos se sentia assim, ou melhor, ela não sentia, ela escrevia...

Escreveu palavras que se repetiram ao longo de todo aquele monólogo, escreveu também suas conclusões sobre tudo que vivera nos últimos meses e na última tarde, que ,naquele momento, tomava uma proporção maior que a de sete meses que não viveu , imaginou viver.

Sentou num canto escuro da mente e pensou no que faria , como se comportaria... por instantes quis sumir , não por que as coisas estavam ruins , mas por que tinha medo de imaginar tudo de novo. Essa mulher que residia numa menina aprendeu a temer os próprios sonhos, viu que eles têm vida, tomam proporções e fazem com que ela se afunde numa densidade da qual não consegue sair.

Levantou foi ao banheiro chorou sua tormenta... Esquentou a face e se olhou no espelho, a quanto tempo não se enxergava!

Sorriu como que num sorriso forçado e sem vida, mas seu primeiro sorriso depois de uma guerra que findara ali, sem vencedores.
Foi em direção à saída, de súbito voltou e seu segundo sorriso foi ainda mais lindo misturou-se com lágrimas que não se definiam em alegria ou tristeza, simplesmente chorou, se é que alguma vez chorar é simples, atitude de grandes , chorar!!!

Ela agora era grande e já tinha sua veste de leão, o escudo e sua espada... Por tanto saiu de lá com asas de uma menina e armadura de uma mulher.
Ela o encontrou naquela noite pesada que se pronunciava , seus olhos roçaram e dançaram uma ciranda de roda eterna naquele segundo, último....

Ela então cantou com sua respiração e ele a acompanhava quase que como numa coreografia que seus orixás haviam ensinado.

Que o vento os envolvesse dos olhos que sequer os viam, o momento era visível para quem sentia.

Correram para areia do mar, queriam sentir sua imensidão misteriosa assim como aquele momento que sequer os pertencia, que a cada segundo eles perdiam para o passado e não o tinham no futuro.

O silêncio se revelou com num agudo grito que ensurdece os que escutam, eles não compreendiam, apenas viviam desesperadamente aquilo que tinham pra viver.

Deus havia sido muito bondoso com eles, apenas naquele instante... apenas naquele!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(Trecho de uma canção do cantor e compositor Paulinho Moska , chamada Vênus)


Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta? o amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.

A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.

O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha. como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.

O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O que mais me impressiona é saber que caminhei tanto.. por entre mim e outros e não me achei ... mas certamente , de você jamais consegui fugir ...

O que mais me deixa com angústias, com conflitos, com dores... é pensar que tudo estava superado , mas não estar ...

Tremo com a possibilidade de você estar com outro.

Preciso de alguém que me tire dessa densidade que me absorve, poderia ser você? Olho desesperadamente, mas não me vêem... me tira disso que preciso de mais...

Bom, acredito que meus textos não possam ser em outro tom a não ser o cinza...

Desespero-me e agora mais do que nunca pois sei que sou alguém para ti .

Nem poético consigo ser, o prosaicismo tomou conta dos meus dias finitos de desespero, gritos surdos e choros secos incontáveis.

Estou numa espera incessante de ti...

Mas não sei se chego ao fim dessa espera... ou se você chega até mim antes que eu acabe no que realmente não sou... alguém cinza ...

Sem os sorrisos coloridos... sem as covas em bochechas... Estou com o olhar cansado de uma batalha que entrou pela madrugada e que sentiu a luz do dia como uma trégua dessa luta consigo mesmo...

Sem palavras para colocar aqui a febre que sinto por conta de um desespero imensurado...

Apenas me dê sua mão fria, seu olhar disperso, suas palavras mudas, uma lança para que possa derrotar-me....

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ando me perdendo, me enxergando, me angustiando... vivendo histórias alheias.
Rabiscos, apenas rabiscos
Riscados pelas mãos de quem tem a mente angustiada por não querer ser só.
A cada olhar, traço de rosto, fio de roupa vê uma companhia em potencial.
Nessa procura diária ele se sente acuado como uma presa que teima em ser predador.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Daria para escrever um texto se quisesse , mas queria ir além daquilo ...

Tinha idéias acumuladas de meses na cabeça , nela rolavam pedras , porcos , tejos , vacas , açudes, dores , angústias, transportes, mortes , vidas , experiências, lembranças , amores , decepções, pessoas , músicas, filmes , teatros ... uma circularidade , cada coisa puxava a outra num mundo perfeito feito de tantas lacunas.

O mais difícil era ordenar as idéias e lutar contra as sensações que vinham, portanto não lutou se entregou viveu e sentiu ... Palavras em espanhol lhe eram susurradas ao ouvido; as portuguesas vinham logo em seguida mostrar-lhe que era delas que ele se ultilizava e abusava, as vezes.

Agarrou as sensações e ficou ali com elas , não quis nenhuma calmaria , diferente de muitos, as novidades lhe eram bem-vindas, há quem acredite que essas atrapalham o ritmo de uma vida meio regular , porém cheia de segredos abafados, ele não era assim a cada minuto um suspense novo , uma novo choro , um novo riso , um grito , um silêncio...

Tinha coisas que sumiram nesses meses , planejou ter um caderno de anotações, esperava que cumprisse o plano , esse e outros também, esquentou o estômago como a um amante quando espera o seu amor carente.

Escreveu linhas , escreveu letras, escreveu pensamentos, escreveu ilogicamente...

E as pessoas invisíveis das ruas , teriam que entrar por mais que não fizessem sentido, no meio de tudo aquilo , elas existiam ... ou não ?

Mas ele jurou tê-las visto , ao menos ele as viu , estendendo a mão em busca de um metal sujo, os outros viravam a cara mesmo não as vendo, mas aqueles rostos eram familiares , mas todos sumiam de sua memória , então teria que escrever deseperadamente , como se aquilo a qualquer momento sumisse como o vapor de uma café que se dissipa no ar .

Continuou escrevendo loucamente , sem sentir mais ou sentido das palavras ...
E tudo ficou sem fim ... esperando a queda da última letra no papel borrado, riscado , errado e de uma morte bem viva.

domingo, 13 de julho de 2008

Ao amigo Jonas

Bonecos de cera
de massa
de madeira
de mentiras verdadeiras ...

sem poemas, mas besteiras ...
sem contos, mas conto com um ponto tonto que teima em perambular pelo mundo adulto de coisas infantis ...

sábado, 5 de julho de 2008

O vidro da janela, embaçado de frio, refletia a clareza distorcida dos efêmeros pingos de chuva, os pingos corriam para a morte com entusiasmo, no chão não eram mais pingos e sim poças.

Os pés doeram ao pisar o chão gélido, camiseta amarela de tantas lavagens, sua favorita... Passou cegamente pelo vaso com um copo-de-leite tão sem graça quanto a parede cinza que servia de fundo.

Acordara, levantara, andara sem sensação alguma, mecanizado permaneceu até o primeiro gole de café quente tocar seu estômago, do qual subiu para memória aquecendo e fazendo vibrar inconstatemente, mas não menos intenso os raios roxos que tomavam formas diversas e complementares a uma lógica final.

Distribuíram-se no negro de sua mente e ele nem sequer percebera, não era inteligente para tanto.

Os desencarnados divirtiam - se muito mais com o seu mundo do que ele mesmo.

A sua presença sempre ausente se deu normalmente . Nunca teve desejos, ânsias, conquistas , medos...

Vivia inercialmente.

Era uma embalagem.

Sua definição era preguiçosa, parava com reticências... Cheia de mensagens implícitas de nenhuma importância.

Os dias eram aqueles de um homem com lacunas e uma existência imperceptível, nem ele mesmo sabia se existia, na verdade nunca pensou ... sequer viveu.

domingo, 15 de junho de 2008

De Manhã , correu para enterrar os pezinhos finos na areia, ele estava um tanto azul, um azul cintilante com ajuda do sol...

Caminhou, deixando os passos pequenos e efêmeros, marcas lavadas pelos braços sensíveis do Mar...

O vento levava e trazia-o, num vai-e-vem desordenado e ele com seu sorriso pequeno e infantil deixava-se levar pela brincadeira matinal de seu amigo cotidiano.

De tarde, banhou-se nas cachoeiras azuis, tornou-se um só com ela, mais saiu de lá um tanto que de outra cor, sem definição, os contra-tempos do próprio tempo já o faziam um tanto ofuscado, procurou uma cor mais morena, olhos mais castanhos, escritas mais leves...

Parou , exitou em desisitir da história, mas seguiu em frente...

De noite, vencido por tantas sensações boas e ruins ele já estava de cor misturada, sentou-se e esperou o vento que vem do sertão contar-lhe histórias para dormir, mas este chegou , rodeou-lhe como um agasalho e conversou um pouco até perder dentro de seus finos sonos, quase que imperceptíveis.

sábado, 14 de junho de 2008

Acordou, continuou deitada, até ter coragem de colocar os pés no frio chão, segurou com as duas mãos na cama, como se não se sentisse confortável e na verdade não estava, o sono que se dissipava, finalmente, a inebriava ainda como num balanço lento...

Oscilou os olhos, vagarosamente, até que teve noção do real e isso não era nada agradável, mais uma luta diária começara.

E como sempre as coisas fugiam de suas mãos, tomou um chá suave sentou e olhou fixamente as ferramentas em sua frente, ordenou de forma aleatória as palavras em sua cabeça e as liberou com num desenho alfabético.

Pela primeira vez , sentiu que fracassara, chorou levemente e baixo para que os outros cômodos da casa não percebessem, que esse calvário fosse apenas dela e da pobre sala companheira dos pensamentos mais profundos e desejos mais febris.

Antes as coisas eram bastante imaginárias, o coração não sentia e as pupilas não se umedeciam tanto, mas há quatro meses as coisas estavam diferentes, mais intensas , mais sofridas, mais expectativas e com mais lágrimas também.

E justamente em uma dia de festa sentiu que as coisas que para si eram as mais puras , eram as mais vulgares para a segunda parte de um todo que correspondia somente a ela.

Caíram lágrimas por instantes e em outros as enxugou, um segundo vinha o alívio de esquecer aquilo tudo, mas os seguintes traziam consigo o desespero de não querer desistir do Seu tão alheio.

Achava que ainda não conseguiria desapegar-se de uma história que projetou, imaginou as pessoas que viriam depois de si e percebeu que a sensação de não querer desistir era a necessidade de ter controle sobre um único olhar, ou até mesmo de uma conversa banal, esquecida depois de qualquer palavra proferida.

E pela primeira vez, sentiu vontade de ser feliz, pois sabia que não o era e aí não conseguiu mais enxugar as lágrimas que banhavam o rosto claro.

Levantou-se tentou falar com outros , mas as pessoas ocupavam-se demais em seus mundos para poderem lhe dar simplicidades cotidianas. Encolheu-se então no seu mundo.

Entrou na cama como se fizesse parte dela... tornou-se um objeto imóvel , que por vezes soltava um gemido sofrido seguido de lágrimas e soluços abafados.

Acalmou-se mais , as coisas escureciam , sabia que a noite as coisas sempre melhoravam as sensações eram menos intensas , não gostaria mais de madrugar tentando achar respostas completas, as incompletas preenchiam melhor os quesitos que exigia.

Gostaria de ainda ter as técnicas de antigamente, mas tudo fugiu de seu controle, só funcionava o músculo que menos interessava... Dores espandiam-se para a região ventral justamente de lá.

Fechou os olhos tentando esquecer o mundo de múltiplas possibilidades, queria agora uma verdade exata.

Esperou o sono chegar e dessa vez não lutou contra ele, entregou-se, perdidamente, ao melhor remédio que tinha para aquela dor, a morfina mais forte de que dispunha contra o corpo magro e o coração robusto que bolavam em lençóis manchados de choro incabado.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quando os ventos cessaram, não se viu nem se escutou mais nada...

Quantas coisas arraigadas há milênios sublimaram, rapidamente, dali.

Os fios de areia não eram mais arrancados do chão como numa brisa leve que machuca a pele fina...

As coisas estavam mais compactas, mais rígidas, não menos frígidas.

O único ponto não inerte na paisagem agia como um elétron, não se definia em lugar algum, destoava de tudo.

Cachos loiros, olhos arredondados e meio vesgos, vesgos que não se percebiam a não ser pelo leve inclinar do olho esquerdo para perto do nariz, sorriso largo.

Andando com pés meios confusos num reto em que um pé interfere o caminho do outro, assim como a vida que interfere em si mesma.

Filho da felicidade que sempre lhe acompanhou, mas daquela vez não poderia, sabia que as pessoas do ocidente precisavam mais de sua presença.

Ele não conseguia definir aquele misto que embolava dentro si... O desespero da flauta em tocar mais notas dizia que seria possível ser feliz e sofrer, mas ele em sua lógica binária não acreditava na mensagem entoada, sucessivamente.

Revia seus conceitos decidiu partir para o oriente, disseram-lhe, certa vez, que lá as coisas eram muito mais relativas, no ocidente as coisas eram muito mais superficiais ou sim ou não, ele sabia que não pertencia àquilo, logo ele que não era nada objetivo.

Pegou o seu batuque e saiu em busca de onde o Sol dorme quando a Lua vem.

Achou o seu leão e correu em busca de uma definição subjetiva.

No caminho viu coisas horríveis, os sensíveis elefantes eram torturados e pela primeira vez o menino chorou. Salvou quantos couberam no seu coração. Chorou mais ainda, culpou-se por não ser grande o bastante.

A felicidade vinha para lhe acalentar onde estivesse, essa foi a única vez que não veio.

Sentiu que parte de si esvaia, mas seria a parte que deveria se esvair?

Depois viu um povo que cuidava desses elefantes.

Amou-lhes o quanto pôde.

Tornou-se um menino feliz, um menino queimado do sol, um menino marcado de vivências, um menino colorido, um menino que aprendeu a perder, um menino que guarda espaços, um menino que chora, um menino que aprende e luta por seus elefantes diários.

Carta de uma entediada

Querido,

Hoje estou um tanto blasé, querendo não lutar pelo nosso amor, pois acredite, até os amantes que costumam resistir às piores adversidades desistem.

Mas não se preocupe com a minha inotável tristeza, tento, diariamente, adaptar-me a ela.

A indisposição é tanta que até escrever para você me entendia.

Ah! Já que estou proferindo palavras tão farposas dir-lhe-ei algumas então, constatei há algum tempo o seguinte; que a sua superficialidade o levou a um jogo duplo, a outra da história eu devo nem conhecer, mas sei que ela é bastante diversa de mim, para certamente, poder preencher os espaços não supridos por mim.

Só o sereno me sensibiliza hoje.

PS: Essa frase solta foi para dar um ar de beleza a esta carta sem charme.

Termino sem saber se teremos outras cartas breves ou longas.

PS: A guitarra pesa e a minha voz soa cantada para alguém que não seja você.

*Nem o espinho de uma rosa te ofereço.

domingo, 8 de junho de 2008

Li Clarice até a pouco, copiei frases suas de bastante efeito sobre mim, ou será de efeito sobre todos os curioso como eu ? Que invadimos a mente, a vida, o sangue, o íntimo, o conflito de todos os conflituosos como nós, criados por ela. Talvez, atrás de respostas para os nossos próprios conflitos, ou atrás de um conflito para si, pois a ausência de conflito é o tal conflito do qual queremos fugir. Agora, tudo fica confuso, falta palavra, falta assunto, ou será que a falta de assunto tornou - se o próprio assunto, ou um conflito? Pensa, pensa, pensa... Oh, o que fazer?

Escrever e se sentir um tolo como me sinto, mas desse modo mostro o maior de todos os meus conflitos, escrever, e sentir a cria sair das entranhas dos meus pensamentos, ver a cria tão perfeita, tão igual, tão tal como ela é. E o mundo ?

Gostará ou não? Quero - la só para mim e ao mesmo tempo para o mundo, o medo de sofrer, de decepcionar - se, de jamais ter novamente outra cria tão pefeita e igual a essa. Medo de eu sofrer e não a cria...

Clarice me fez entender porquê somente agora escrevo, desculpe - me por estar sendo repetitivo, mas quem não o é ?


*Segundo Texto*

Sempre tive medo do ridículo, e escrever sempre foi a linha tênue que determina a minha escolha do menos ao invés do mais, pois como G.H eu achei que o mais me levaria ao outro lado da linha.

Escrever mexe comigo, desperta o melhor e o pior de mim, o orgulho de poder ousar e de me superar, mas também o de deixar - me a margem de tudo e de todos. A ousadia de ser julgado e a superação de ser marginalizado é cada suspiro e pensamento meu ao escrever cada traço gráfico que o punho permiti exteriorizar.

Escrever não tem porquê, escrevo e ponto. Olho, olho, olho... e o orgulho, a superação, a marginalização tudo vem de mim e para mim.

Não largo mais a cria , lambo, ajeito, esquento, alimento cada linha de suas formas e de repente todos a veêm, mas ela é tão minha nesse momento, mas é tão deles e eu me perco e perco a cria.

Ela jamis será tão perfeita como naquele primeiro instante, mas será tão imperfeita como agora.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Foi escrito, certa vez, que paixão são borboletas agitadas no estômago, uma verdade. Elas primeiro saem de seus casulos, exercitam as asinhas, abrindo e fechando-as, depois elas alçam vôos, formam desenhos, aromas, cores... o começo.

O toque de um piano anuncia o clímax que está por vir, mas tudo nesse estranho e louco mundo é clímax e as borboletas ventilam tudo.

Passam tempos e desencasulam mais outras Papilons, polens são dispersos impregnando as paredes um mundo de colorido desbotado.

Os acontecimentos turbulam um universo já desequilibrado e o efeito borboleta se faz, Furacões destroçam tudo, após isso vem a chuva que lava, sumiram as borboleta, ao menos ninguém as vê.

A retração é intensa, todo o corpo, sólido e febril compactado dentro de um casulo... esperança de vida.

E o ninguém José nasce, levanta... Pouco disposto a construir tudo novamente, cacos de xícaras, amassos em panelas, páginas de livros soltas, tintas de canetas estouradas, rebocos de parede, água de chuva, enfim um mundo novo.

Preso em um mundo alheio e não tem voz para gritar.

O único ser familiar que lhe restou foi uma erva daninha, que incomodava as demais flores sem causar a elas dano algum.

E a erva prendeu dentro de si todas as borboletas que causaram aquele furacão de outrora. Erva e borboletas resultadas de um fenômeno turbulento que se equilibra sobre uma frecha vermelha intensa.

Um menino que antes vira as borboletas alegremente, agora se tornou um velho companheiro único da erva mártir. Ele espera agora beber da chuva que possa rejuvenescê-lo e o faça menino de novo, para que possa correr entre girassóis com borboletas de chocolate.

O sol ascende no horizonte trazendo um amor para as areias da praia pelas mãos das cinqüenta filhas do mar e o menino não está mais lá. Colocou sua viola numa sacola e foi procurar à morena que o envelheceu numa rotina inconstante.

Uma história múltipla que ainda não acabou por que ainda sangra. História de paixão, de borboleta, de furacão, de chuva, de reboco de parede, de mundo meu e seu, de erva daninha, de velho e de menino, de cor, de viola, de nereida, de morena... de amor.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A Flor

Crescera entre a exuberância, o perfume, a cor... Mas jamais as tivera.

A linha invisível que se enxergava a distanciava das outras, que orgulhosas de si mostravam todas as virtudes defeituosas.

A dor que sentia ao ferir a outra era - lhe quase que mortal, assim como o sofrimento de ver sua história ser arrancada quase que totalmente de si.

Uma história oportunista, mas uma história. A água era das outras, a terra era das outras, o sol era das outras, o céu era das outras, a vida era das outras, a história era das outras. Sendo que, a outra era ela e não as outras.

Crescia em caminhos tortuosos, em um espaço que não pertencia as demais, mas no qual ela era a intrusa.

A Fênix daninha, cheia de toda a maldade bondosa, prejudicava a todas as outras sem lhes causar nenhum mal, quase morrendo em uma vida que não tinha direito ao menos de morrer.


De repente, sentiu aquela sensação quente expandindo - se do meio de seus seios por entre suas víceras, gritaria ?! Não, nunca foi de sua personalidade chamar atenção. Ela prendia, comprimia aquilo dentro de si, tentava fazer daquilo uma espécie de ser cristalizado.
Pra quê? Aquele sentimento inútil de nada servira para ela até agora. Por quê? Por ser inútil ou por egoísmo próprio de querer o sofrimento só para si, eterna e brilhante mártir.
Lembrava - se que desde pequena sua mãe indagava inútil e repetidamente; por que prendia em si e para si tudo.
Egoísmo ou covardia? pensava. Covardia de dizer ao outro o que tinha dentro dela, toda a prazerosa dor sentida, medo de rejeiçao, mas não seria ela já adaptada ao sofrimento e ao prazer de tudo aquilo ?
O gelo, que abatia - se ali, queimava todas as veias e aquecia o teimoso músculo que batia e produzia mais dor.
Tudo muito escuro no quarto, mas tudo muito claro para si, como cartas óbvias colocadas na mesa como numa última conversa entre dois amigos para constatarem onde foi o erro. Porém, não houve erro, os nós são necessários.
De repente, sentiu que a sensação de outrora a qual queimava friamente dissipava - se e logo veio uma dor que não suportaria, não suportaria a ausência da dor tão amada. Essa dor chamada amor.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Brinquedo Quebrado...



A minha inveja gritante não me permite ficar calado...
Tenho inveja dos mais próximos e mais distantes de ti...
Das tuas desmedidas atenções às coisas e aos outros que não sejam Eu...
Das minhas procuras, não correspondidas, a ti...
Da tua superficialidade em tudo...
Não sei quem tu és...
Começo a acreditar que gosto mais de uma idéia que fiz de ti do que, realmente, tu és...
Mas em tudo lembro-me de ti..
No programa mórbido do domingo...
No texto escrito que tentando te esquecer, não propositalemente, te afirmo ainda mais em mim...
Qual pedido devo fazer?
Te ter ou te esquecer?
E tu estás tão distante de mim e eu tão perto de ti...
Penso em ti, como uma doação quase que diária...
O teu ar tem que ser meu...
As tuas palavras sejam referidas à mim...
O caminho errado deixa pra eles, o certo é nosso...
O ácido já corroeu tudo dentro de mim, nada mais é orgânico...
Sou uma boneco quebrado...
Um fantoche que tu manipulas...
Atenciosamente, te peço atenção...


Ass:Brinquedo Quebrado

sábado, 5 de abril de 2008

Amargor



Amargar a alma faz bem...
O dilúvio não vem...
A lama não será jamais resquício de qualquer Tempestade...
Nada a secar...
Nada a declarar...
Existiu tempos em que via a calma como solidão...
E ainda a vejo assim , mas a calma é melhor do que qualquer dor que não se dilui em sangue ...
Sangue que dei durante tempos, vezes doces, vezes amargos, vezes inocentes, vezes sensuais, vezes puros e muitas vezes venenosos...
Entreguei a vida e a recebi de volta mais despedaçada do que foi...
E no dia que me entregaram quis fugir de mim mesmo, mas não consegui ...
Olhei para o alto e o céu me acompanhava para onde fosse ...
O que sobrou de mim , afinal ?
O amargor de uma alma irreparável...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um Móbile no Furacão


Paulinho Moska
Você diz que não me reconhece, que não sou o mesmo de ontem
E que tudo o que eu faço e falo não te satisfaz
Mas não percebe que quando eu mudo é porque
Estou vivendo cada segundo e você
Como se fosse uma eternidade a mais
Sou um móbile solto no furacão...
Qualquer calmaria me dá... solidão

Na última vez que troquei meu nome
Por um outro nome que não lembro mais
Tinha certeza: ninguém poderia me encontrar
Mas que ironia minha própria vida
Me trouxe de volta ao ponto departida
Como se eu nunca tivesse saído de lá

Sou um móbile solto no furacão
Qualquer calmaria me dá... solidão

Quando a âncora do meu navio encosta no fundo, no chão
Imediatamente se acende o pavio e detona-se minha explosão
Que me ativa, me lança pra longe pra outros lugares, pra novos presentes
Ninguém me sente...
Somente eu posso saber o que me faz feliz
Sou um móbile solto no furacão
Qualquer calmaria me dá... solidão

Solidão...
***
Escrevendo em ateriscos, como sempre...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Sutileza dos Fatos



Tudo começa com um piano tocando...
A música soa melancólica e breve...
As palavras suas são como farpas atravessando minha pele, clara, rosada e delicada...
E me deixa feridas na alma...
A voz suave da cantora ao invés de me acalmar me faz sentir mais dor e ver que tudo foi tão intenso , mas que acabou...
E o que mais dói é perceber que acabou ,em um folhetim onde tudo continua. E como continuar com uma dor insuportável e uma melancolia peculiar?
E a música repete, tornou-se divertido brincar com a dor enquanto ela não sara...
Mas quero que sare logo! Não vivo para isso...
Escutar a melodia é rever os últimos cinco minutos mais longos da minha vida.
E a melodia acaba e espero que leve consigo toda dor que tenho no corpo que um dia foi só teu, o corpo que te ofereci como oferenda no ritual que só pertenceu a mim e a ti...

A Razão Para Não Ceder À Angústia



Canso do tudo que quero , ele não entra na minha realidade...
Tento entrar nesse mundo, mas parece que ele está fechado, para outras tantas coisas...
E aí penso: Será que tudo o quero é tudo que preciso?
Há possibilidades, mas existem coisas elementarres e complementares...
Nunca serei inteiro, agora sou o que não fui a dois segundos, e o fui não é o que serei , nem ao menos o que seria...
A relatividade condiz com o que vivemos, mesmo não entendendo o que seria a própria relatividade...
O movimento não é completo, sempre existe a inércia em relação a algo...
Portanto nem todos são ativos ou vagabundos, completamente , e isso me conforta de alguma forma...
Tenho necessidade de produzir para não me afogar em angústias existenciais... Existo por que penso, pro que escrevo, por que movo o meu corpo ao meu favor...
Por que penso ao meu favor...
Falo sem precisar verbalizar o que digo...
Caminho sem precisar andar...
E isso tudo me constrói. Será que aquilo Tudo seria necessário , diante de tantas utilidades adquiridas sem ao menos precisar entra em um mundo que nãoé meu? Falei muito com minhas mãos mas nem sequer fui ouvido...


A vida transcede a si mesma, nos momentos em que descobrimos o que representamos pela ótica do outro, ótica errônea , em sua prórpia verdade...
O que somos não se externa. Somos um neologismo inconstante. Contituimo-nos de algo que não se aflora, mas que há dentro de uma existência ilimitada que não compreendemos.
Conhecemos a existência, porém não conhecemos o que somos, nem ao menos temos idéia do que somos...
A idéia antescede a sua própria existência...
Esse recorte de idéias constitui o tal desconhecido...
Dentro, chove com entusiasmo, onde corremos tristemente...
Andamos...
Chuva limpa as manchas que há tempos exitem, idéias de manchas...
Apenas manchas...
Tentamos...
Chuva inundante que os olhos teimam em escoar, inutilmente...
Nadamos em existências possíveis de idéias impossíveis...
Voamos na idéia de uma existência íntima tão desconhecida, minha, sua , nossa e de mais ninguém...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Birds



Composição: Kate Nash

She was waiting at the station
He was getting off the train
He didnt have a ticket so he had to bum through the barriers again.
Well the ticket inspector saw him rushing through
He said "girl you don't know how much I missed you but
We'd better run cos' I havent got the funds to pay this fine."
She said "fine."

Well so they ran out of the station and jumped onto a bus
With two of yesterdays travel cards and two bottles of Bud,
And he said "you look well nice."
Well she was wearing a skirt
And he thought she looked nice
And yeah, she didnt really care about anything else
Because she only wanted him to think that she looked nice,
And he did.

But he was looking at her, yeah all funny in the eye.
She said "come on boy tell me what your thinking,
Now dont be shy."
He said alright, "I'll try.
All the stars up in the sky and the leaves in the trees,
All the broken bits that make you jump up and grassy bits in between.
All the matter in the world is how much I like you."

She said "what?"
He said "let me try and explain again.

"Right, birds can fly so high, or they can shit on your head,
Yeah they can almost fly into your eye and make you feel so scared.
But when you look at them, and you see that they're beautiful,
That's how i feel about you.
Right birds can fly so high and they can shit on your head,
Yeah they can almost fly into your eye and make you feel well scared.
But when you look at them, and you see that they're beautiful,
That's how i feel about you.
Yeah thats how i feel about you."

She said "what?"
He said "you."
She said "what are you talking about?"
He said "you. "

Right birds can fly so high or they can shit on your head
Yeah they can almost fly into your eye and make you feel so scared.
But when you look at them, and you see that they're beautiful,
That's how i feel about you.
Right birds can fly so high or they can shit on your head,
Yeah they can almost fly into your eye and make you feel well scared.
But when you look at them, and you see that they're beautiful,
That's how i feel about you.
Right, thats how i feel about you.

She said "thanks, I like you too."
He said "cool."

●๋•Quando tudo borbulha dentro de nós e não sabemos quem somos , nem nossa própria definição , essa músicas falam por nós e por quem queremos... ●๋•

segunda-feira, 31 de março de 2008

Ferido de Morte, mas ainda Vivo



Não me peça para dá-los o que nem tu deverias dar e o que Eu me recuso a doar, sim doar, por que eles precisam disso, mas tu precisavas de inúmeras coisas, as quais eles tinham e não te deram...
Eles não viram a breviedade da vida, nem a intensidade dos acontecimentos breves que estarão, eternamente, na pele do seus seres...
Ao te ferir me feriram , mas continuo andando , pra ver onde isso nos levará... Esperando que a treva se dissipe...
Crio passos que não são meus e os sigo e te levo comigo, tentando te mostrar o quanto tu és forte, te levo mais para que tu me ampares do que o contrário...
Preferia mil vezes que esse ferro houvesse me transpassado... Só assim poderia sentir a real dor disso tudo e poder lidar com ela...
Não entendo de onde tanta benevolência à todas estas agressões...
Corro e te levo junto comigo e o teu sorriso é tão bonito, tão inocente como outrora foi e isso me faz chorar, chorar de alívio, de ver que tu ainda és sim aquilo tudo que todos duvidavam...
A treva se dissipou, mas não tem luz, tudo está muito visível nessa confusão que nossos olhos provocam...
E aquela morte minha , pode ser adiada para mais tarde...

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