Why to Choose RedHood?

sábado, 20 de setembro de 2008

Venenos, gritos e palavras soltas no ar bateram no azulejo branco e se dissiparam, suavemente, como se não tivessem importância alguma.

E como se quase que, imperceptivelmente, seus lábios moveram-se e desenharam palavras surdas: Eu que não o amo mais... As palavras reticenciaram e nada mais se compreendeu.

Baixou a cabeça e pôs-se a escrever novamente, uma carta que mofaria no fundo da gaveta e ela só a leria quando realmente fosse jogar fora.

Ela era um peso sem emoções naquele momento, ao menos se sentia assim, ou melhor, ela não sentia, ela escrevia...

Escreveu palavras que se repetiram ao longo de todo aquele monólogo, escreveu também suas conclusões sobre tudo que vivera nos últimos meses e na última tarde, que ,naquele momento, tomava uma proporção maior que a de sete meses que não viveu , imaginou viver.

Sentou num canto escuro da mente e pensou no que faria , como se comportaria... por instantes quis sumir , não por que as coisas estavam ruins , mas por que tinha medo de imaginar tudo de novo. Essa mulher que residia numa menina aprendeu a temer os próprios sonhos, viu que eles têm vida, tomam proporções e fazem com que ela se afunde numa densidade da qual não consegue sair.

Levantou foi ao banheiro chorou sua tormenta... Esquentou a face e se olhou no espelho, a quanto tempo não se enxergava!

Sorriu como que num sorriso forçado e sem vida, mas seu primeiro sorriso depois de uma guerra que findara ali, sem vencedores.
Foi em direção à saída, de súbito voltou e seu segundo sorriso foi ainda mais lindo misturou-se com lágrimas que não se definiam em alegria ou tristeza, simplesmente chorou, se é que alguma vez chorar é simples, atitude de grandes , chorar!!!

Ela agora era grande e já tinha sua veste de leão, o escudo e sua espada... Por tanto saiu de lá com asas de uma menina e armadura de uma mulher.
Ela o encontrou naquela noite pesada que se pronunciava , seus olhos roçaram e dançaram uma ciranda de roda eterna naquele segundo, último....

Ela então cantou com sua respiração e ele a acompanhava quase que como numa coreografia que seus orixás haviam ensinado.

Que o vento os envolvesse dos olhos que sequer os viam, o momento era visível para quem sentia.

Correram para areia do mar, queriam sentir sua imensidão misteriosa assim como aquele momento que sequer os pertencia, que a cada segundo eles perdiam para o passado e não o tinham no futuro.

O silêncio se revelou com num agudo grito que ensurdece os que escutam, eles não compreendiam, apenas viviam desesperadamente aquilo que tinham pra viver.

Deus havia sido muito bondoso com eles, apenas naquele instante... apenas naquele!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(Trecho de uma canção do cantor e compositor Paulinho Moska , chamada Vênus)


Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta? o amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.

A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.

O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha. como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.

O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

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