Why to Choose RedHood?

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ele chegara em casa cansado de mais um dia que parecera não terminar, e de fato ainda não havia terminado, viu os filhos pequenos na mesa, viu a mulher concentrada com uma tigela na mão, ela fazia movimentos circulares que, por vezes, se irregularizava, simplesmente pela presença de uma massa mais endurecida que havia no fundo do recipiente.
Ele, moreno, texta oleosa, suado por conta dos dias árduos, correu para o banheiro, tomou um banho, tentou esfriar a ebulição de pensamentos que passavam pela cabeça, construir aquele quebra-cabeça era difícil, 200 , 300, 428 peças e por aí ia aumentando.
Depois da alma lavada, caminhou para seu quarto, procurou na gaveta a roupa mais íntima, nela se sentia na sua própria pele, voltou ao ambiente da sala, os pequenos agora assistiam atentamente às imagens invasoras que saiam da caixa mágica, a mulher ao pé do fogão terminava a janta, ele a cumprimentou com um beijo leve, não menos desejoso. Sentou no sofá pegou a filha no colo e perguntou como havia sido o dia, a menina tropeçava nas palavras de um português próprio.

(a menina)
Ela criara suas próprias regras gramaticais. Ela criara seu próprio mundo de amigas e bonecas, de princesas, principes e castelos, ás vezes costumava ir ao quintal sentir a terra úmida, saía do seu humilde castelo, lar, e corria para lá ao encontro do "bosque", coisinhas de toda sorte.
Logo ao anoitecer, voltava para casa, encontrava o irmão encostado no batente, menino de olhinhos redondinhos, meio que pedintes, ela se agustiava sempre que o via ali no batente, cabecinha apoiada na parede, ele olhava o nada.
Ela passava por ele, mas nada dizia, limpava seus pés de fada no tapete e seguia para dentro, quando o pai chegava era hora de narrar seu dia encatado.

(o menino)
Camiseta simples, short marrom que a avó fizera para ele, uma japonesa no pé, assim ele prosseguia aquela curta vida que trilhava, ele sonhava tanto quanto a irmã, mas de um jeito mais preciso, mais silencioso, mas comedido.
Sentava-se no batente que dava para o quintal e via a irmã, um ano mais velha, brincar e imperar por entre tudo, ele olhava o infinito de uma maneira esfíngica, o infinito apaixonara-se por ele na primeira vez que o viu, aqueles olhos negros, brilhantes, cílios grandes, sorriso de meia boca, fazia dele alguém desafiador, alguém que se deseja compreender.
Esperava a irmã entrar em casa, e logo em seguida, ia junto, passava pela mãe, tocava levemente o seu vestido simples de azul quadriculado e recebia um sorriso doce da genitora.
Olhava o pai e a irmã conversarem de forma pessoal, e ele observava - calar-se era preciso naquele momento... ao menos para ele.

Da mulher!
Da mulher, só se diz neste papel que ela amou todos como ninguém jamais o fez, ela trabalhou, suou, brincou, observou, se fez desvendar, sorriu e foi... foi feliz.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"Stop Crying your heartout"
(Leona Lewis)

Ser menino em tempo de sol quente é um tanto complicado, é querer sorrir sem sentir o vento que bate na soleira depois de um olhar estranho naquele horizonte embaçado de calor.
Querer prosseguir em passos firmes, tendo levantado com tanta força, querer olhar o céu de azul com pontas roxas em uma noite sem estrelas é desapontamento.

O menino volta ao homem e olha o céu, e o rapaz diz: Meu deus eu quero ser feliz, só agora ... nesse momento! Por favor...
Ele espreme seus pequenos olhos, mas Deus parece não o escutar, ele segue em frente naquele coletivo lotado esperando o dobrar da página se fazer doce, mais suave, mais sorrido, mais suspirado.

(e conseguiu chorar)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"But why do I feel this party's over?"
(P!nk - Sober)

Perceba que para se estar salvo você precisa bem mais que uma atitude autêntica você precisa de segurança que nem sempre se encontrará irmanada a outra ali naquele cantinho expressivo. Perceba que se fazer linear dificulta tudo, nem em círculos se roda, para alguns isso seria mais fácil, não para mim, as coisas sempre estão embralhadas, fortemente encarrilhadas, vem tudo em enlinhado, como se aquela dor estomacal ligasse todo o tronco em prol de um encolhimento numa cama.
Eu decido dormir para esquecer o embrigamento, esquecer os dicernimentos, esquecer os desentimentos, esquecer de todos. Mas em sonhos de texturas fotográficas aquilo se mostra, eu vivo estranhamente, a não ser por aqueles pontos que mancham pessoas estranhas e expressivas ali no centro.
Cansado de esperar, cansado de ultrapassar, cansado de tentar falar e me fazer entender.

Enquanto descanso me esfero, fecho os olhos e digo - passa passa!"

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Para minha querida Tais, menina de lilás vivaz.

Nós dois ali sentados na varandinha de uma casa alheia a mim, mas só nossa.
Olhando pessoas passarem, pessoas de cores diversas, pessoas de corações diversos, batimentos descompaçados, 65, 86, 94, 125, aquele ali estava correndo para não perder o ônibus, ele tinha uma cor tão azul.

Nós dois ali juntinhos, marido e mulher, casos paralelos, eterna brincadeira. Você pergunta formato e cores de tantos, eu respondo "sinestesicamente" os adjetivos de poucos. Permanecemos naquela existência infinita que nos foi dada de bom grado, pensando sem linearidade.

E eu caio em mim, e começo a me questionar sobre a sua visão de ver, sua visão de tocar, sua visão de paladar, sua visão de impressionar! E eu sou que cor? Meu sorisso tem que sabor, minha voz tem que cheiro?

Eu giro em um pano fino, caindo brilhos molhados no ar. Chego ao chão, toco sua mão e sorrio para ti, aqui está minha pequena, letrinhas coloridas para uma pessoa de voz muda, sorriso lilás, vida fugás.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pequenas impressões de várias melodias

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Bate, rebate, vibra, vibrila. A moça dançarina apoiando-se em um pé só desfaz todos os nós de uma vida cheia de calos.
Entra nessa quadrilha de cordas bambas, vibrações frenéticas, graves e agudas...desesperada, milimetricamente perfeita.
Um fandago trágico.

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Caneta se põe à mesa, vida cigana se enlaça e se dissipa, desesperado suspirar se anuncia... Viver em silêncio é dolorido.
Falar de si poder ser indigno, imundo, injusto, parcial, alheio... sexual.
Calar a si pode ser perigoso, desejoso, racional, pessoal... amor próprio.
Movimentos calados em noites aturdidas de prazer inebriante - vontade cartomante de explorar.

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Isso é tango? Sim dos mais perdidos.
Sorriso esganecido, palavras sem sentido.
Movimento de um braço, moça de cor translúcida, cabelo grosso e castanho, vestido azul, descrição às avessas, foco embaçado.
Ponto final.
Cansaço suprimido.

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