Why to Choose RedHood?

domingo, 15 de junho de 2008

De Manhã , correu para enterrar os pezinhos finos na areia, ele estava um tanto azul, um azul cintilante com ajuda do sol...

Caminhou, deixando os passos pequenos e efêmeros, marcas lavadas pelos braços sensíveis do Mar...

O vento levava e trazia-o, num vai-e-vem desordenado e ele com seu sorriso pequeno e infantil deixava-se levar pela brincadeira matinal de seu amigo cotidiano.

De tarde, banhou-se nas cachoeiras azuis, tornou-se um só com ela, mais saiu de lá um tanto que de outra cor, sem definição, os contra-tempos do próprio tempo já o faziam um tanto ofuscado, procurou uma cor mais morena, olhos mais castanhos, escritas mais leves...

Parou , exitou em desisitir da história, mas seguiu em frente...

De noite, vencido por tantas sensações boas e ruins ele já estava de cor misturada, sentou-se e esperou o vento que vem do sertão contar-lhe histórias para dormir, mas este chegou , rodeou-lhe como um agasalho e conversou um pouco até perder dentro de seus finos sonos, quase que imperceptíveis.

sábado, 14 de junho de 2008

Acordou, continuou deitada, até ter coragem de colocar os pés no frio chão, segurou com as duas mãos na cama, como se não se sentisse confortável e na verdade não estava, o sono que se dissipava, finalmente, a inebriava ainda como num balanço lento...

Oscilou os olhos, vagarosamente, até que teve noção do real e isso não era nada agradável, mais uma luta diária começara.

E como sempre as coisas fugiam de suas mãos, tomou um chá suave sentou e olhou fixamente as ferramentas em sua frente, ordenou de forma aleatória as palavras em sua cabeça e as liberou com num desenho alfabético.

Pela primeira vez , sentiu que fracassara, chorou levemente e baixo para que os outros cômodos da casa não percebessem, que esse calvário fosse apenas dela e da pobre sala companheira dos pensamentos mais profundos e desejos mais febris.

Antes as coisas eram bastante imaginárias, o coração não sentia e as pupilas não se umedeciam tanto, mas há quatro meses as coisas estavam diferentes, mais intensas , mais sofridas, mais expectativas e com mais lágrimas também.

E justamente em uma dia de festa sentiu que as coisas que para si eram as mais puras , eram as mais vulgares para a segunda parte de um todo que correspondia somente a ela.

Caíram lágrimas por instantes e em outros as enxugou, um segundo vinha o alívio de esquecer aquilo tudo, mas os seguintes traziam consigo o desespero de não querer desistir do Seu tão alheio.

Achava que ainda não conseguiria desapegar-se de uma história que projetou, imaginou as pessoas que viriam depois de si e percebeu que a sensação de não querer desistir era a necessidade de ter controle sobre um único olhar, ou até mesmo de uma conversa banal, esquecida depois de qualquer palavra proferida.

E pela primeira vez, sentiu vontade de ser feliz, pois sabia que não o era e aí não conseguiu mais enxugar as lágrimas que banhavam o rosto claro.

Levantou-se tentou falar com outros , mas as pessoas ocupavam-se demais em seus mundos para poderem lhe dar simplicidades cotidianas. Encolheu-se então no seu mundo.

Entrou na cama como se fizesse parte dela... tornou-se um objeto imóvel , que por vezes soltava um gemido sofrido seguido de lágrimas e soluços abafados.

Acalmou-se mais , as coisas escureciam , sabia que a noite as coisas sempre melhoravam as sensações eram menos intensas , não gostaria mais de madrugar tentando achar respostas completas, as incompletas preenchiam melhor os quesitos que exigia.

Gostaria de ainda ter as técnicas de antigamente, mas tudo fugiu de seu controle, só funcionava o músculo que menos interessava... Dores espandiam-se para a região ventral justamente de lá.

Fechou os olhos tentando esquecer o mundo de múltiplas possibilidades, queria agora uma verdade exata.

Esperou o sono chegar e dessa vez não lutou contra ele, entregou-se, perdidamente, ao melhor remédio que tinha para aquela dor, a morfina mais forte de que dispunha contra o corpo magro e o coração robusto que bolavam em lençóis manchados de choro incabado.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quando os ventos cessaram, não se viu nem se escutou mais nada...

Quantas coisas arraigadas há milênios sublimaram, rapidamente, dali.

Os fios de areia não eram mais arrancados do chão como numa brisa leve que machuca a pele fina...

As coisas estavam mais compactas, mais rígidas, não menos frígidas.

O único ponto não inerte na paisagem agia como um elétron, não se definia em lugar algum, destoava de tudo.

Cachos loiros, olhos arredondados e meio vesgos, vesgos que não se percebiam a não ser pelo leve inclinar do olho esquerdo para perto do nariz, sorriso largo.

Andando com pés meios confusos num reto em que um pé interfere o caminho do outro, assim como a vida que interfere em si mesma.

Filho da felicidade que sempre lhe acompanhou, mas daquela vez não poderia, sabia que as pessoas do ocidente precisavam mais de sua presença.

Ele não conseguia definir aquele misto que embolava dentro si... O desespero da flauta em tocar mais notas dizia que seria possível ser feliz e sofrer, mas ele em sua lógica binária não acreditava na mensagem entoada, sucessivamente.

Revia seus conceitos decidiu partir para o oriente, disseram-lhe, certa vez, que lá as coisas eram muito mais relativas, no ocidente as coisas eram muito mais superficiais ou sim ou não, ele sabia que não pertencia àquilo, logo ele que não era nada objetivo.

Pegou o seu batuque e saiu em busca de onde o Sol dorme quando a Lua vem.

Achou o seu leão e correu em busca de uma definição subjetiva.

No caminho viu coisas horríveis, os sensíveis elefantes eram torturados e pela primeira vez o menino chorou. Salvou quantos couberam no seu coração. Chorou mais ainda, culpou-se por não ser grande o bastante.

A felicidade vinha para lhe acalentar onde estivesse, essa foi a única vez que não veio.

Sentiu que parte de si esvaia, mas seria a parte que deveria se esvair?

Depois viu um povo que cuidava desses elefantes.

Amou-lhes o quanto pôde.

Tornou-se um menino feliz, um menino queimado do sol, um menino marcado de vivências, um menino colorido, um menino que aprendeu a perder, um menino que guarda espaços, um menino que chora, um menino que aprende e luta por seus elefantes diários.

Carta de uma entediada

Querido,

Hoje estou um tanto blasé, querendo não lutar pelo nosso amor, pois acredite, até os amantes que costumam resistir às piores adversidades desistem.

Mas não se preocupe com a minha inotável tristeza, tento, diariamente, adaptar-me a ela.

A indisposição é tanta que até escrever para você me entendia.

Ah! Já que estou proferindo palavras tão farposas dir-lhe-ei algumas então, constatei há algum tempo o seguinte; que a sua superficialidade o levou a um jogo duplo, a outra da história eu devo nem conhecer, mas sei que ela é bastante diversa de mim, para certamente, poder preencher os espaços não supridos por mim.

Só o sereno me sensibiliza hoje.

PS: Essa frase solta foi para dar um ar de beleza a esta carta sem charme.

Termino sem saber se teremos outras cartas breves ou longas.

PS: A guitarra pesa e a minha voz soa cantada para alguém que não seja você.

*Nem o espinho de uma rosa te ofereço.

domingo, 8 de junho de 2008

Li Clarice até a pouco, copiei frases suas de bastante efeito sobre mim, ou será de efeito sobre todos os curioso como eu ? Que invadimos a mente, a vida, o sangue, o íntimo, o conflito de todos os conflituosos como nós, criados por ela. Talvez, atrás de respostas para os nossos próprios conflitos, ou atrás de um conflito para si, pois a ausência de conflito é o tal conflito do qual queremos fugir. Agora, tudo fica confuso, falta palavra, falta assunto, ou será que a falta de assunto tornou - se o próprio assunto, ou um conflito? Pensa, pensa, pensa... Oh, o que fazer?

Escrever e se sentir um tolo como me sinto, mas desse modo mostro o maior de todos os meus conflitos, escrever, e sentir a cria sair das entranhas dos meus pensamentos, ver a cria tão perfeita, tão igual, tão tal como ela é. E o mundo ?

Gostará ou não? Quero - la só para mim e ao mesmo tempo para o mundo, o medo de sofrer, de decepcionar - se, de jamais ter novamente outra cria tão pefeita e igual a essa. Medo de eu sofrer e não a cria...

Clarice me fez entender porquê somente agora escrevo, desculpe - me por estar sendo repetitivo, mas quem não o é ?


*Segundo Texto*

Sempre tive medo do ridículo, e escrever sempre foi a linha tênue que determina a minha escolha do menos ao invés do mais, pois como G.H eu achei que o mais me levaria ao outro lado da linha.

Escrever mexe comigo, desperta o melhor e o pior de mim, o orgulho de poder ousar e de me superar, mas também o de deixar - me a margem de tudo e de todos. A ousadia de ser julgado e a superação de ser marginalizado é cada suspiro e pensamento meu ao escrever cada traço gráfico que o punho permiti exteriorizar.

Escrever não tem porquê, escrevo e ponto. Olho, olho, olho... e o orgulho, a superação, a marginalização tudo vem de mim e para mim.

Não largo mais a cria , lambo, ajeito, esquento, alimento cada linha de suas formas e de repente todos a veêm, mas ela é tão minha nesse momento, mas é tão deles e eu me perco e perco a cria.

Ela jamis será tão perfeita como naquele primeiro instante, mas será tão imperfeita como agora.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Foi escrito, certa vez, que paixão são borboletas agitadas no estômago, uma verdade. Elas primeiro saem de seus casulos, exercitam as asinhas, abrindo e fechando-as, depois elas alçam vôos, formam desenhos, aromas, cores... o começo.

O toque de um piano anuncia o clímax que está por vir, mas tudo nesse estranho e louco mundo é clímax e as borboletas ventilam tudo.

Passam tempos e desencasulam mais outras Papilons, polens são dispersos impregnando as paredes um mundo de colorido desbotado.

Os acontecimentos turbulam um universo já desequilibrado e o efeito borboleta se faz, Furacões destroçam tudo, após isso vem a chuva que lava, sumiram as borboleta, ao menos ninguém as vê.

A retração é intensa, todo o corpo, sólido e febril compactado dentro de um casulo... esperança de vida.

E o ninguém José nasce, levanta... Pouco disposto a construir tudo novamente, cacos de xícaras, amassos em panelas, páginas de livros soltas, tintas de canetas estouradas, rebocos de parede, água de chuva, enfim um mundo novo.

Preso em um mundo alheio e não tem voz para gritar.

O único ser familiar que lhe restou foi uma erva daninha, que incomodava as demais flores sem causar a elas dano algum.

E a erva prendeu dentro de si todas as borboletas que causaram aquele furacão de outrora. Erva e borboletas resultadas de um fenômeno turbulento que se equilibra sobre uma frecha vermelha intensa.

Um menino que antes vira as borboletas alegremente, agora se tornou um velho companheiro único da erva mártir. Ele espera agora beber da chuva que possa rejuvenescê-lo e o faça menino de novo, para que possa correr entre girassóis com borboletas de chocolate.

O sol ascende no horizonte trazendo um amor para as areias da praia pelas mãos das cinqüenta filhas do mar e o menino não está mais lá. Colocou sua viola numa sacola e foi procurar à morena que o envelheceu numa rotina inconstante.

Uma história múltipla que ainda não acabou por que ainda sangra. História de paixão, de borboleta, de furacão, de chuva, de reboco de parede, de mundo meu e seu, de erva daninha, de velho e de menino, de cor, de viola, de nereida, de morena... de amor.

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