Daria para escrever um texto se quisesse , mas queria ir além daquilo ...
Tinha idéias acumuladas de meses na cabeça , nela rolavam pedras , porcos , tejos , vacas , açudes, dores , angústias, transportes, mortes , vidas , experiências, lembranças , amores , decepções, pessoas , músicas, filmes , teatros ... uma circularidade , cada coisa puxava a outra num mundo perfeito feito de tantas lacunas.
O mais difícil era ordenar as idéias e lutar contra as sensações que vinham, portanto não lutou se entregou viveu e sentiu ... Palavras em espanhol lhe eram susurradas ao ouvido; as portuguesas vinham logo em seguida mostrar-lhe que era delas que ele se ultilizava e abusava, as vezes.
Agarrou as sensações e ficou ali com elas , não quis nenhuma calmaria , diferente de muitos, as novidades lhe eram bem-vindas, há quem acredite que essas atrapalham o ritmo de uma vida meio regular , porém cheia de segredos abafados, ele não era assim a cada minuto um suspense novo , uma novo choro , um novo riso , um grito , um silêncio...
Tinha coisas que sumiram nesses meses , planejou ter um caderno de anotações, esperava que cumprisse o plano , esse e outros também, esquentou o estômago como a um amante quando espera o seu amor carente.
Escreveu linhas , escreveu letras, escreveu pensamentos, escreveu ilogicamente...
E as pessoas invisíveis das ruas , teriam que entrar por mais que não fizessem sentido, no meio de tudo aquilo , elas existiam ... ou não ?
Mas ele jurou tê-las visto , ao menos ele as viu , estendendo a mão em busca de um metal sujo, os outros viravam a cara mesmo não as vendo, mas aqueles rostos eram familiares , mas todos sumiam de sua memória , então teria que escrever deseperadamente , como se aquilo a qualquer momento sumisse como o vapor de uma café que se dissipa no ar .
Continuou escrevendo loucamente , sem sentir mais ou sentido das palavras ...
E tudo ficou sem fim ... esperando a queda da última letra no papel borrado, riscado , errado e de uma morte bem viva.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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6 comentários:
palavras assim, tao quase desesperadas de serem expelidas...te lendo, te conhecemos muito facilmente...essa mesma gana de se jogar no mundo, de se mostrar, de ser tão certo do que se diz mesmo entre as próprias incertezas que circundam essa mente muito cheia de clarices e coisinhas meio ou completas complexas...enfim, essa gana que a si mesmo se esganaria se não se cuspisse está aí, nessas palavras...agora escritas...crias vivas, "organicas"...
" O mais difícil era ordenar as idéias e lutar contra as sensações que vinham, portanto não lutou se entregou viveu e sentiu ..."
O ideal mesmo é não ordenar nada. Nada como belo caos dos sentimentos e sensações que nos perpassam sem nem ao menos nos darmos conta... Vejo que gosta da Clarice tanto quanto eu.
Obrigada pela visita.
:)
Paulinho... Amado...
Nem consegui falar ctg!! Qdo te procurei já não estavas....
E aqui estou, em seu blog... Qto tempo que você não atualiza!! Ainda está de férias dos escritos... Susurram palavras em Español!! :DDD Que emoção!! :DDD E povo tudo comenta filosoficamente e eu venho aqui avacalhar com tudo!! :DDD Mas, tu supera... Atualize logo... Aproveite enquanto eu tenho blog... Assim eu comento sempre que dá!! :DDD
Bjimmmmmmm
Amo...
Esperando atualização!!!
Quero atualizações nesse blog.
Muito silêncio no recinto. Bora, Paulim, bote a boca no mundo! De Iguatu para a grande rede, escreva algo pra nós!
Abraço,
Jonas.
E não adianta dizer que tá sem inspiração. Vc sempre tem algo a dizer. ;D
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