Audrey tinha cabelos loiros e ondulados, de estatura média, pés sujos de terra, corpo normal, olhos normais, espírito incomum. Ad crescera em um cercado que se chama mundo, e o mundo a ensinou de forma silenciosa e nada didática como fazer arte da mais pura, da mais popular, daquela que os estudos mais teóricos não absorvem em estruturas categóricas.
Audrey tinha uma mãe, um pai, um irmão, um cachorro e um mundo bem comum, do tipo que todo mundo quer, mas por ser tão comum é difícil de achar. No cercado de gente por todo canto, a complexidade se tornou banal e o simples se perde por entre dissipações indagadas.
Audrey ao contrário de todas as outras meninas de sua idade não brincava de boneca, nem procurava por namorados, ou príncipes... Ad era do tipo que procurava apenas formas diferentes, procurava as mais diferentes formas de sentir, de ver sentimentos, de ver manifestações sentidas, redundantemente ela sempre sentia, porque a menina sentia duplamente o que todos sentiam uma única vez, mas ela sentia tudo em cor diferente, textura diferente, num cheiro meio doce e salgado, um cheiro que nunca era meio termo.
Mas ela gostava mesmo era de entrar no campo de girassóis, em um campo que era seu naturalmente. Audrey andava, ela corria, ela gostava de sentir o bater acelerado do tambor que tinha no peito, era intensamente música, era tão mais que isso, era locomotiva desesperada, era fluxo natural.
E era nessa terra onde girassóis cresciam de forma uniforme que Audrey vivia em câmera lenta sempre olhando para trás.
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'Ad era do tipo que procurava apenas formas diferentes, procurava as mais diferentes formas de sentir, de ver sentimentos, de ver manifestações sentidas, redundantemente ela sempre sentia, porque a menina sentia duplamente o que todos sentiam uma única vez, mas ela sentia tudo em cor diferente, textura diferente, num cheiro meio doce e salgado, um cheiro que nunca era meio termo'.
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